CHEFE DO TERREIRO

CHEFE DO TERREIRO
MÃE CRISTIANE DE OLIVEIRA

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Doações e Contribuições

Doações e Contribuições

domingo, 30 de maio de 2010

PENSE NISSO...

CERTO DIA UM VELHO INDIO, SENTADO A BEIRA DO FOGO E FICA A OBSERVAR...

SEU JOVEM NETO(GUERREIRO), SENTA-SE AO SEU LADO...

O VELHO INDIO, OBSERVANDO AQUELE JOVEM DIZ:

- DENTRO DE CADA SER HUMANO EXISTEM DOIS LOBOS QUE LUTAM ENTRE SI CONSTANTEMENTE... UM REPRESENTA O BEM E O OUTRO REPRESENTA O MAL...

O JOVEM OBSERVANDO A FOGUEIRA DIZ:

- SE ELES LUTAM, QUEM É QUE VENCE? O LOBO DO BEM OU O LOBO DO MAL?

O VELHO OLHA DENTRO DOS OLHOS DO NETO E DIZ:

- AQUELE QUE VC ALIMENTA.

UM SERMÃO SEM PALAVRAS...

Um membro de um determinado grupo, ao qual prestava serviços regularmente, sem nenhum aviso deixou de participar de suas atividades.

Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria.


O líder encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor. Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao líder, conduziu-o a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando.

O líder acomodou-se confortavelmente no local indicado, mas não disse nada.
No silêncio sério que se formara, apenas contemplava a dança das chamas em torno das tochas de lenha, que ardiam.

Ao cabo de alguns minutos, o líder examinou as brasas que se formaram e cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado. Voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel.

O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado e quieto.
Aos poucos a chama da brasa solitária diminuía, até que houve um brilho momentâneo e seu fogo apagou-se de vez. Em pouco tempo o que antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada de fuligem acinzentada.

Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos. O líder, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo.

Quase que imediatamente ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele.
Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:

- Obrigado. Por sua visita e pelo belíssimo sermão. Estou voltando ao convívio do grupo.


PRECE DE CÁRITAS - Tenda Caboclo Pajelança

Deus nosso Pai, que tens o Poder e Bondade, dai a força àquele que passa pela provação, a luz àquele que procura a verdade; pondo no coração do homem a compaixão e a caridade!

Deus, Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.

Pai, Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai!

Senhor, que a Vossa Bondade se estenda sobre tudo o que criastes.

Piedade, Senhor, para aquele que não vos conhece e esperança para aqueles que sofrem. Que a Vossa Bondade permita hoje os espíritos consoladores derramarem por toda a parte, a paz, a esperança, a fé.

Deus! Um raio, uma faísca do Vosso Amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão.

E um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e amor, como Moisés sobre a montanha, nós o esperamos com os braços abertos, para Vós,

Oh Poder!, oh Bondade!, oh Beleza!, oh Perfeição!, e queremos de alguma sorte forçar a Vossa Misericórdia.

Dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde deve refletir a Vossa Imagem.

ORIXÁS DA UMBANDA

Ah papai, gostei da Umbanda. Quando eu crescer mais um pouco eu quero ir pra gira com você, mas eu quero a minha faixa cor-de-rosa.

Calma filha, não é bem assim. Não escolhemos as cores que queremos. Cada cor representa um Orixá com o qual temos maior sintonia. O verde representa Oxóssi, o vermelho Ogum, o marrom Xangô, o amarelo Oxum, o laranja Iansã o azul Iemanjá e o branco Oxalá. Essas são as sete linhas da Umbanda praticadas no Terreiro[...].



O que é Orixá?


Orixá não é nem nunca foi uma pessoa, são vibrações da natureza. Os animais e as matas verdes de Oxossi, o ferro e o fogo de Ogum, as pedras de Xangô, as águas dos rios de Oxum, os ventos e tempestades de Iansã e os mares e oceanos de Iemanjá.

Mas e Oxalá? Ele não representa nenhuma vibração da
natureza?

Oxalá são todas as energias juntas. Existe uma experiência que podemos fazer juntos. Chama-se “disco de Newton”. Pegue um papel e faça um círculo dividido em seis partes, como se fosse uma pizza. Pinte cada uma das “fatias” com uma das seis cores, agora faça um furinho bem no meio e coloque um lápis para servir de eixo. Agora é só girar o disco. O que aconteceu?

As cores sumiram... ficou tudo branco!


Viu só? Oxalá é união de todas as vibrações.


Então Oxalá é mais importante do que os outros Orixás?


Não. Todos são igualmente importantes, suas
diferenças estão apenas na natureza de sua vibração, mas sem uma dessas energias, nenhuma estará completa.

Mas porque que no Terreiro tem imagens de Santos? Se os
Orixás são apenas vibrações, não é verdade que não precisaria de nenhuma imagem?

Sim, é verdade. Na Umbanda existe o “sincretismo
religioso”.

Sincre o que?


Sincretismo religioso. O Sincretismo religioso
começou com a chegada dos escravos ao Brasil. Os escravos já praticavam o culto aos Orixás lá na África, em seus países de origem. Quando vieram ao Brasil, quiseram continuar com seu culto, mas aqui a religião
dos senhores de engenho era o catolicismo e eles não permitiam que houvesse outro tipo de religião diferente da deles. Os escravos, muito espertos, escolheram um Santo católico para cada Orixá, assim quando eles estivessem rezando aos seus Orixás, os senhores de engenho viam apenas eles rezando aos Santos da Igreja Católica e assim conseguiram continuar cultuando os Orixás. Oxóssi é São Sebastião, São Jorge é Ogum, Xangô é São Jerônimo, Oxum é Nossa Senhora da Conceição, Iansã é Santa Bárbara, Nossa Senhora é Iemanjá e Oxalá é Jesus Cristo.

Entendi... Então cada imagem representa uma vibração, um
Orixá. Mas eu vi que no altar tem outras imagens, de índios, de negros...

Na umbanda não chamamos de altar, chamamos de
Congá. Essas outras imagens que estão no Congá, são de entidades que trabalham no terreiro. Entidades são espíritos de pessoas que viveram na terra. São espíritos de Índios, os Caboclos e Caboclas; de Pretos e Pretas-Velhas, que foram escravos e de crianças, os Erês. Esses três grupos representam o triângulo de base da Umbanda: a força dos Caboclos, a sabedoria dos Pretos-Velhos e a inocência das Crianças. Existem outras entidades, os Exus e as Pomba-Giras, os Marinheiros, os Boiadeiros, os Baianos, os Ciganos, a Linha do Oriente entre outras. Assim como nós, cada uma dessas entidades também está em evolução, trabalhando com caridade, para a paz e para o amor. Essa é a essência da Umbanda: paz, amor e caridade.

Me explica mais sobre as entidades...


Continua na próxima postagem OS CABOCLOS.

sexta-feira, 28 de maio de 2010

DESCOBRINDO A UMBANDA

Por Hoffmann.

Uma segunda-feira eu estava me preparando para ir ao Terreiro, quando minha filha me pergunta aonde eu ia vestido todo de branco - Vou à gira, filha.



O que é isso papai? O que é gira?


Gira é um dos principais rituais da Umbanda, a gira é formada por três partes, a preparação, a abertura e o fechamento. É onde são realizados os trabalhos de cura, as consultas...


E o que é Umbanda? Eu vejo você sair assim toda segunda-feira e sempre quero perguntar, mas quando você chega já estou dormindo.


A Umbanda é uma religião cristã, assim como o Catolicismo, o Protestantismo, a Igreja Batista entre outras. Todos acreditamos que exista uma força superior que comanda todo o universo, cada religião chama essa força por um nome, nós da Umbanda chamamos essa força de Zambi.


Ãhn, e você já viu essa força?


Nós a vemos todos os dias, com o nascer do sol, com as flores, com o céu, com os animais e também a vemos a noite, com as estrelas, a lua; todos nós somos parte dessa energia e cada pessoa tem o direito de escolher a religião que melhor lhe representa, com qual mais se identifica, a qual mais gosta.


Mas qual eu vou saber a que eu mais gosto? Não tem uma mais certa do que a outra?


Não. Cada um de nós acredita naquela que quiser, não há como dizer qual delas é a mais certa que outra. Tudo é uma questão de fé. Fé é acreditar em algo sem ter provas de sua existência ou de sua verdade. É acreditar nessa força superior e fazer as coisas que a religião que você escolheu diz que são as melhores para nossa evolução.


Acho que tô entendendo. Fé é como quando eu vou perguntar alguma coisa prá você, sem eu saber que você sabe a resposta? É que eu acredito que você saiba...


É isso mesmo filha.


Tá, mas agora me explica o que é a Umbanda.


Tudo bem, mas vamos começar pelo início. A Umbanda que praticamos, nasceu no dia 16 de Novembro de 1908, no distrito de Neves, em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Nessa casinha aí embaixo:





A pessoa escolhida pelos espíritos para ser o portavoz na divulgação dessa nova religião, foi Zélio Fernandino de Moraes, na época ele tinha apenas 17 anos. Portanto a Umbanda, é a única religião realmente brasileira. Pontualmente às 8 horas da noite, desse dia, o Caboclo das Sete Encruzilhadas incorporou no menino e usando as seguintes palavras iniciou a Umbanda:


"Aqui se inicia uma nova religião, onde os espíritos de pretos velhos africanos, que foram escravos e que desencarnaram, poderão trabalhar tranqüilos e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, religião ou posição social. A prática da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo". "- Assim como Maria acolhe em seus braços o filho, a tenda acolherá aos que a ela recorrerem nas horas de aflição, todas as entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com aqueles espíritos que têm mais a ensinar e ensinaremos àqueles que souberem menos. A nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai."



Ué... você disse antes... a Umbanda que praticamos.... Tem outro tipo de Umbanda?


Infelizmente vivemos num mundo aonde muitas pessoas, que se dizem de uma ou outra religião, se aproveitam da fé das pessoas para conseguir ganhar dinheiro ou outras coisas com isso. Outras usam o poder dos espíritos para tentar fazer mal a alguém. Tudo é uma questão de escolha: quando nós fazemos a coisa certa, o que ganhamos?


Coisas boas...


E quando fazemos a coisa errada?


Coisas ruins.


Muito bem! É isso mesmo. Tudo na vida é uma questão de escolha. A isso se dá o nome de livre arbítrio. E cada religião mostra ao seu devoto quais os melhores caminhos. Umbanda é aceitar a fé sem barreiras. Existem regras e rituais a serem seguidos, mas a fé é de cada um. É única e vem de dentro, sem ser aprendida ou ensinada. Umbanda é ter a liberdade de expressar sua fé, amor e caridade, baseada nas palavras de Jesus Cristo: “Amai-vos uns aos outros”. A forma de se praticar a Umbanda varia de região para região, mas é justamente esta variedade de ritos, baseados nas palavras do Criador, que fazem da Umbanda o que ela é. Não é impondo regras ou criando dificuldades e sofrimentos aos fiéis que se faz uma religião, através do medo ou da culpa, mas sim através da diversidade dos ritos que se chega à unidade do amor. Isso é a luz.


Você antes disse que o rapaz, Zélio não sei o que... Zélio Fernandino de Moraes. Esse mesmo. Ele foi escolhido pelos espíritos. Papai, o que acontece quando morremos? Por que morremos?


Bem filha, essa é uma pergunta a qual não existe uma resposta sabida por nós, viventes. Somente teremos essa resposta quando, de fato, morrermos; mas as experiências, as quais passo no Terreiro do Pai Maneco, me mostram que morrer é apenas mais um capítulo da nossa vida. Imagine nosso corpo como sendo uma máquina, assim como um carro.


Como um carro?


Sim filha, o carro não tem motor, rodas, canos, tubos e equipamentos que fazem ele se movimentar?


Sim...


Pois então, assim como o carro, todos nós também temos esses mesmos equipamentos, nosso coração, nossas veias e artérias, nossos membros, nosso cérebro. Todos eles funcionam em conjunto para podermos nos movimentar. Assim como no carro, se algum de seus componentes falha, todo ele pára, não é mesmo? Funcionamos da mesma forma, se um de nossos “componentes”, nossos órgãos, falha, todo o corpo é prejudicado. Não devemos enxergar nosso corpo como sendo a única forma de vivermos. Podemos viver de outras formas...


“Peraí”, não entendi nada agora, como viver de outra forma?


Deixa eu acabar de explicar. Podemos viver de outras maneiras que não conhecemos, apenas acreditamos. Existiu um homem, chamado Allan Kardec que viveu há mais de cem anos na França. Ele foi quem primeiro afirmou que nossa vida continua após a morte do corpo, mas isso já é sabido desde a antiguidade. Kardec escreveu no “Livro dos Espíritos” uma série de perguntas e respostas de suas conversas com espíritos desencarnados, ou seja, de pessoas que viveram em várias épocas, assim como eu e você. Nós não somos só o corpo, somos também coisas que não podemos tocar: a mente, a imaginação, os sentimentos, os sonhos etc... Todas essas coisas que não fazem parte da matéria (o corpo) fazem parte do nosso espírito, da nossa alma. Ela é quem somos. Você acha que o que você é está apenas presente no seu corpo? Você não é muito mais do que um conjunto de equipamentos que trabalham para que possamos desempenhar nossos papéis aqui na Terra? Nós somos nossos pensamentos, nossas vontades, nossos sentimentos. Tudo isso reunido é o nosso espírito e esse espírito é imortal, pois ele não se desgasta com o tempo, não precisa de combustível para funcionar e nunca acaba, nem estraga.


Mas como é que eles falam conosco se não são de carne e osso?


Aí é que entra a grande “descoberta” de Kardec: os espíritos se comunicam conosco sim, através de sonhos ou intuições e também através de pessoas chamadas “médiuns”. Não são pessoas especiais, pois a mediunidade está presente em todos nós, já que somos espíritos encarnados. Médiuns são pessoas que treinaram sua sensibilidade, para captar as vibrações dos espíritos. Existem vários tipos de mediunidade, tem aqueles que falam, que escrevem, que pintam e várias outras formas de apresentá-la. A Umbanda se utiliza desses conceitos para se comunicar com os espíritos, assim como os espíritas Kardecistas. Portanto, morrer é apenas mais uma etapa em nosso desenvolvimento, em nossa evolução. Quando morrermos e nos libertarmos de nosso corpo físico, teremos a capacidade de lembrarmos de todas as nossas encarnações, ou seja de todas as vezes que “vivemos”.


Mas por que temos que viver tantas vezes?


Para que em cada uma delas possamos aprender a sermos pessoas melhores. Vamos fazer uma comparação: na escola temos um monte de coisas para aprender e também temos as provas bimestrais as quais temos que fazer. Se estudarmos, fizermos nossa lição de casa, freqüentarmos a escola diariamente e estudarmos para tirar uma boa nota nas provas, não passamos de ano? Com nossas vidas é a mesma coisa. A cada vez que encarnamos, é como se estivéssemos passando de ano, da 1ª para a 2ª, da 2ª para a 3ª e assim por diante. Se as lições que aprendemos na escola não são estudadas e praticadas, tiramos notas ruins nas provas e podemos repetir de ano, da mesma forma em nossas vidas: se não fizermos as coisas certas, se não evoluirmos, voltamos e começamos de novo, para tentar “passar de ano” e assim da próxima vez que estivermos aqui, teremos outras coisas para aprender, outras dúvidas, outros erros e outros acertos também. A isso chamamos evolução.



Continua na próxima postagem 'OS ORIXAS DA UMBANDA'

UMBANDA PARA CRIANÇAS...

Livro escrito Por Ney Brasil Hoffmann.

"As dúvidas de Beatriz"


Algumas Palavras

""Gostaria de mais nada, esclarecer que não sou escritor nem tenho a pretenção de o sê-lo; sou apenas um pai que teve alguma dificuldade em explicar o que é Umbanda à sua filha de 7 anos. Cheia de curiosidade e de dúvidas, com os olhinhos brilhando, me perguntava sobre assuntos os quais algumas vezes tive que pesquisar, portanto, minha intenção é poder repartir essas explicações ' aqui ' com vocês, da forma mais simples e direta possível. Que esse livro sirva de estimulo para aumentar o diálogo com seus filhos, já que as dúvidas dos pequenos também são, em muitas ocasiões, as mesmas dúvidas dos adultos.""

Saravá!
Hoffmann.

Sequência do livro em próximas postagens por títulos em separado

sábado, 22 de maio de 2010

CONVERSAS DE SOMBRA...



"Vocês têm ligação com o Diabo? - rindo, Dona Sete Sombras diz:

- O mal está dentro de cada um que vive na sua terra. Cabe a vocês distingüi-los, trabalhando para combatê-lo. Não adianta você está dentro de uma igreja, centro ou qualquer templo, invocar o nome de Deus, e logo ao sair deste, agir com maldade para com seu semelhante. Muitos na terra seriam Exú, por viverem com o coração cheio de maldades.

Muitos, vêem nos pedir para fazer o mal, e eu te pergunto: Quem é o Diabo?
Acho que deve-se contar e a fé. A essência que purifica e perfuma o coração dando a vida.

Alguns vivem a nos massacrar apenas por que gostamos de beber e fumar, quando deveriam verificar nosso trabalho realizado. Tantos em outros credos não bebem, não fumam, mas enganam e enrolam os humildes e carentes na fé.

Eu tenho certeza que meu trabalho é muito bem feito e copiado por tantos, e vocês dificilmente irão ver um espírita criticar e atacar qualquer religião, porque eles aprendem a respeitar a liberdade de credo.

Antes de se atacar a religião por alguma coisa errada, deve-se procurar ver o caráter de quem a dirige. De falsos pastores a sua terra está cheia, tornando-se o grande inferno. Somos massacrados por imagens e nomes que são puras palavras.

Pensem:

Quantos na terra receberam de seus pais nomes de santo e agem unicamente a serviço do mal. A maldade existe não vindas conosco e sim com pessoas impuras e superficiais. Se um médium tem bom coração este jamais irá carregar um espírito sem luz a serviço do mal.

Alguns Dirigentes de credos diferentes, mas obviamente ligados a Deus, criticam achando-se os donos da verdade por lerem a palavra de Deus, criticam imagens criadas pela mão do homem se esquecendo que a Bíblia também é feita pela mão do homem e hoje já se encontra dividida por credos, acho que Deus deixou uma única escritura..

Será que eles mesmos agem por intermédio dela. Procure observá-los no dia à dia e não somente em dias de reuniões. Será que a palavra de Deus ensina seus filhos a impor ou ridicularizar, mesmo quando foi traído por Judas este sentiu piedade e amor. O perdoando.

Quem sabe estes são impulsionados com fanatismo e por esses espíritos sem luz que dizem vir dos Espíritas Umbandistas, ou do Candomblé.

Os que criticam geralmente passaram pelo espiritismo desejando algo que jamais mereceram. Hoje enganando vão acumulando seus seguidores vão emprestando bens para impressionar e chamar mais e mais fiéis.

Eu recebo em minha casa várias pessoas também revoltadas e enganadas em seus credos, mais de que adianta brigar quando um dia de tudo tem que se prestar conta.
Espíritas não atacam, são atacados.
Alguns em seus credos atacam julgando-se melhores. Jesus não atacou e foi castigado.

Quem é quem?

Os espíritas verdadeiros são serenos e evangelizados, não precisam defender-se, já que Deus é nosso juiz, auxiliado pelo nosso supremo advogado – O divino Mestre Jesus Cristo, no tribunal celestial.

Lembrem-se constantemente:

A vida tem seu começo, meio e fim para todos.

SETE SOMBRAS
POR CRISTIANE OLIVEIRA.

terça-feira, 18 de maio de 2010

Zumbi dos Palmares

No final do século XVI, não se pode ainda estabelecer exatamente o ano, escravos negros de um grande engenho de açúcar no sul da capitania de Pernambuco, atacam e dominam seus amos e feitores. Viram-se assim senhores do mesmo engenho que tanto tempo havia sido o instrumento de sua opressão; mas o que fazer com a liberdade conquistada?

Sabiam que se ficassem no engenho, seriam recapturados e triste seria o seu fim; então tomam uma resolução: buscar refúgio numa região conhecida como Palmares. Até então não se tinha notícia de que alguém já tivesse incursionado naquela região temerosa. Era uma imensa selva virgem que se iniciava na parte superior do rio São Francisco e ia terminar sobre o sertão do Cabo de Santo Agostinho. A região recebera esse nome devido à abundância de palmeiras.

A região era praticamente impenetrável, mas os rebeldes não tinham muita escolha. A destemida caravana andou muitos dias antes de penetrar na selva densa e obscura. Abriram caminhos entre árvores gigantescas, mato rasteiro e muitos espinhos. Uma dessas serras, muito íngreme e com a forma de uma barriga, permitia descortinar a região por todos os lados, numa distância de dezenas de quilômetros, constituindo por si própria uma fortaleza.

No topo desta serra, abriram clareiras e levantaram choças cobertas de palha. Chamaram as choças de mocambos - do quimbundo mukambu - termo que os portugueses usaram para designar genericamente as povoações nas matas de todo o Brasil pelos escravos rebeldes. Presume-se que nem todos tenham sobrevivido à longa e dificultosa marcha através das selvas palmarinas - reza a tradição que o grupo inicial de rebeldes fora de quarenta, mas qualquer que tenha sido o número, constituiu o núcleo pioneiro da futura República de Palmares, um Estado Negro que resistiu até o fim do século XVII às incessantes tentativas de destruição da coroa portuguesa. A serra se situa hoje no Estado de Alagoas, território que aqueles tempos integrava a grande Capitania de Pernambuco

Zumbi nasceu no começo do ano de 1655, num dos inúmeros mocambos palmarinos.

Alguns anos após sua fundação, o quilombo dos palmares foi invadido, muitos habitantes, inclusive crianças foram mortos ou feito prisioneiros. Entre estes estava um menino que foi levado pelos invasores e dado de presente ao padre português Antônio Melo, do distrito de Porto Calvo, povoação cujos limites marcavam a fronteira entre o povoamento luso brasileiro e a república negra. O padre batizou o pretinho e deu-lhe o nome de Francisco. Ensinou-lhe a ler e escrever, além de dar-lhe noções de latim. Tornou-se coroinha quando contava dez anos de idade. O padre não tratava o pretinho como escravo.

Certa manhã do ano de 1670, Francisco então com seus quinze anos, foge para a "companhia dos negros levantados de Palmares". Mais tarde, já chefe dos palmares, Zumbi por três vezes penetrou no distrito de Porto Calvo para visitar o padre. Por ocasião da segunda visita o padre ficou sabendo que o caudilho negro trocara o nome cristão Francisco pelo nome africano de Zumbi que conservou até o seu lastimável fim.

Dois anos após sua volta, aos 17 anos, a povoação ou mocambo, a que se acolhera, elegeu-o "maioral". Aos 18 anos, em 1673, quando derrotou a expedição de Antônio Jácome Bezerra, fora elevado a "cabo de guerra", provavelmente um "cabo maior". Aos 22 anos, em 1677, quando da expedição de Fernão Carrilho, torna-se comandante-geral das milícias palmarinas ("general das armas" ou "mestre de campo"), ao que parece, entretanto, na luta contra esta expedição o comando das operações foi exercido pessoalmente por seu tio Ganga-Zumba, então rei de Palmares. Ao mesmo tempo em que consolidava sua posição em Palmares, tratava Zumbi de minar a de Ganga-Zumba. As seguidas derrotas militares desencadearam profundo descontentamento na massa palmarina. Esse descontentamento se alastrou a numerosos maiorais e cabos-de-guerra dos mocambos. Atribuía-se a culpa à inépcia e à responsabilidade de Ganga-Zumba. Consta que teria comandado uma operação em estado de completa embriagues. Zumbi passa ser opositor declarado de Ganga-Zumba, e começa a conspirar para depô-lo pela força. A conspiração se espraiava e Ganga-Zumba sentiu que não poderia detê-la. Foi então quando iniciou conversações de paz com o governo colonial.

Zumbi passou à ação. A frente de tropas de seu mocambo marchou sobre os mocambos ainda fiéis a Ganga-Zumba. Em alguns houve luta fraticida, em outros a massa aderiu maciçamente. Os maiorais e cabos-de-guerra fiéis a Ganga-Zumba fugiram para Macaco com suas famílias. Zumbi marchou então sobre Macaco, à frente de tropa numerosa e aguerrida. Quando as tropas de Zumbi já escalavam a Serra da Barriga, Ganga-Zumba retirou-se as pressas para Cacaú, acompanhado de 300 a 400 pessoas.

Foi assim que com pouca resistência armada, Zumbi pode ocupar Macaco e assumir o poder na confederação palmarina. Um conselho composto de adeptos aclamou-o chefe e outorgou-lhe pleno poder. Ganga-Zumba acaba morrendo envenenado; seus homens de confiança foram massacrados.

Zumbi é líder absoluto nos Palmares. Diz a tradição que Zumbi era casado com uma mulher branca chamada Maria, mas não há como apurar a veracidade do fato. Esta mulher, reza a tradição, teria espontaneamente acompanhado Zumbi por ocasião de uma incursão realizada numa propriedade alagoana. Consta que teve pelo menos cinco filhos. Num combate contra a expedição de Manoel Lopes Galvão, recebeu um ferimento que o deixou coxo.

As autoridades coloniais viam nele o líder mais capaz e aguerrido da república negra. Zumbi dos Palmares, herói da liberdade, cuja luta pode ser comparada a de grandes generais como Napoleão e Alexandre. Só que Zumbi nunca combateu para conquistar territórios. Foi um guerreiro integral na defesa de seu povo e da sua cultura, e disparou uma flecha certeira contra o mundo escravista.

Negros alforriados e negros que fugiam iam para Palmares. Neste Palmares a povoação tinha todas as conveniências e comodidades para seu sustento por que os rios lhes ofereciam fartura em peixe, os matos caças, os troncos mel e as palmeiras ramos com que cobrem as casas, como também das mesmas folhas fazem panos para vestirem, além do sal, azeite e vinho, que a industria humana soube tirar daquelas abundantíssimas e fertilíssimas árvores.

Esta circunstância obrigou os expedicionários a acompanharem bastante longe as fortificações. Atarantados, os comandantes ficaram dois dias sem saber o que fazer. uma coluna de sessenta homens a mando do alferes João Montez tentou efetuar um reconhecimento, mas teve imediatamente de recuar com várias baixas entre mortos e feridos.

Num esforço desesperado para impedir o avanço dos expedicionários, os palmarinos por duas noites consecutivas deixaram suas fortificações e desfecharam violentos assaltos em que foram repelidos com numerosas baixas.

Varias frentes de ataque se lançam contra Palmares, que os recebia a balas e flechas. Quando por fim no dia 3 de fevereiro de 1694 chegaram a Serra da Barriga seis canhões conduzidos por duzentos homens.

Meio século havia que os palmarinos suportavam o flagelo quase ininterrupto de uma guerra apenas atenuada por breves intervalos de paz. A tática de que vinham usando para enfrentar esta guerra impunha periódicos e por vezes freqüentes deslocamentos da população não combatente, o abandono das casas, das lavouras, das oficinas. Tática que, em uma palavra, condenava a população a um estado de perene sobressalto. Teria mais dia menos dia de evoluir para uma definição.

As expedições vinham desenvolvendo a olhos vistos um tática crescente e eficaz que exprimia Palmares. Zumbi e sua gente haviam decidido aceitar um confronto cujo resultado seria ou a vitória ou a derrota completa.

Pelas duas horas da noite de 5 para 6, a coluna de negros iniciou silenciosamente a operação no estreito corredor à beira do despenhadeiro. Quase teve êxito, faltando passar apenas a retaguarda, na qual marchava o próprio Zumbi. Mas nisto uma sentinela de Vieira de Melo pressentiu a furtiva coluna e abriu fogo alertando o acampamento. Os sitiadores fizeram sucessivas descargas sobre os negros e depois acometeram à arma branca.

Seguiu-se um demorado e feroz combate à beira do abismo no escuro da noite. Os palmarinos encurralados entre o despenhadeiro e o inimigo, lutavam com a bravura do desespero. Supõe-se que uns quinhentos tenham rolado pelo despenhadeiro; outros tantos tombaram mortos no local. Os que haviam podido ganhar o mato tentavam em vão se reagrupar.

A resistência palmarina se desintegrou rapidamente. Os expedicionários degolavam e matavam sem misericórdia. Pelo anoitecer deste dia 6 tudo estava acabado em Macaco. Arrasada e incendiada, a cidadela negra ardeu a noite inteira. Apenas quinhentos e dez negros apareceram vivos como prisioneiros. Depois de Macaco foi a vez das outras povoações palmarinas. Não puderam oferecer maior resistência. Por toda parte se repetiu a matança. Em rigor só ficaram com vida as mulheres e as crianças. Mesmo o número destas se reduziu rapidamente, pois as mulheres se deixavam morrer de fome ou matavam os próprios filhos para não vê-los reduzidos à escravidão. Na madrugada do dia 7, correios partiram às pressas para o litoral levando a notícia da queda do baluarte negro.

Após se certificar de que Zumbi estava vivo, imediatamente o governador lhe pôs a cabeça a prêmio.

Nos primeiros dias de novembro, um mulato chamado Antônio Soares, um dos homens de confiança de Zumbi, foi capturado e entregue à André Furtado de Mendonça, que prontamente o submeteu a torturas para que revelasse o esconderijo de Zumbi. Inicialmente o mulato se recusou a falar, mas fraquejou quando o paulista lhe assegurou em nome do governador a liberdade e a vida se entregasse Zumbi.

O esconderijo se situava em ponto recôndito da mata, provavelmente na serra Dois Irmãos, lugar de desfiladeiros, penhascos abruptos e gargantas profundas por uma das quais se precipita o rio Paraíba. Zumbi mantinha sempre junto a si uma guarda de 20 homens, mas quando Soares chegou seguido à distância pelos paulistas, a guarda se achava reduzida a 6 homens.

O grupo se aproximou cautelosamente durante a noite e tomou posição, a espera do amanhecer.

Quando amanheceu. Antônio Soares saiu do mato para uma pequena clareira e aí gritou com toda força:

Zumbi! Zumbi! Zumbi!

Seguiu-se intensa expectativa entre os paulistas emboscados no mato à roda da clareira. Alguns instantes após os gritos de Soares, apareceu Zumbi à entrada do "sumidouro".

O drama foi rápido. Soares se encaminhou para o chefe, que o acolheu confiadamente. Então, bruscamente, Soares enterrou-lhe um punhal no estômago e deu o sinal aos paulistas. Acudido pelos companheiros e apesar de mortalmente ferido, Zumbi ainda lutou com bravura, mas não resistiu.

Deu-se isto no dia 20 de novembro de 1695.

Era necessário provar que Zumbi estava morto. Dezenas de comandantes de expedições haviam anunciado, ano após ano, ter dado morte a zumbi, a notícia logo desmentida pelo reaparecimento do chefe negro. Depois de morto o general negro fora castrado e o pênis enfiado na boca; havia-lhe arrancado um olho e decepado a mão direita. Por proposta de André furtado de Mendonça, deliberou a Câmara que se conduzisse para Recife apenas a cabeça do chefe negro. Levado o cadáver para o pátio da Câmara, aí, perante todos os oficiais, um escravo decepou a cabeça, lavrando-se "Auto de decapitação do negro Zumbi". Salgada com sal fino, a cabeça seguiu para Recife, onde o governador Melo e Castro mandou espetá-la em um chuço no lugar mais público da cidade. E aí permaneceu até se decompor totalmente, "para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente o julgavam imortal".


domingo, 16 de maio de 2010

CONTOS DE OUTRORA DE DONA SETE SOMBRAS...

...tinha uma fazenda, e nessa fazenda tinha um sonhozinho e uma sinhazinha, que se queixavam da grande quantidade de ratos, que haviam por toda a fazenda...
...certo dia a sinhazinha se digiriu a cidade e comprou uma ratoeira, e levou para a fazenda...
... chegando lá comentou com seu sinhozinho que havia comprado uma ratoeira e nessa conversa o rato escondido, ficou assuntando, e saiu mais do que depressa até o curral...
chegando lá contou pra vaca: senhora vaca, tem uma ratoeira na fazenda...
eis que a vaca assuntou, assuntou e respondeu ao rato: olha, seu rato, vou rezar por você, porque à mim, nada afeta a ratoeira...
logo adiante, o rato contou para o porco: senhor porco, tem uma ratoeira na fazenda...
eis que o porco assuntou, assuntou, comeu de sua comida, e respondeu ao rato: olha, seu rato, eu sou bastante grande para me preocupar com uma ratoeira, porque à mim, não afeta nada...
mais adiante, o rato foi contar para a galinha, que estava cheia de pintinhos: dona galinha, tem uma ratoeira na fazenda...
eis que a galinha assuntou, assuntou seus pintinhos, e disse: olha seu rato, fico aqui no galinheiro o dia inteiro, a ratoeira nada me afeta...
e o rato saiu desconsolado para o seu buraco dentro da casa dos sinhozinhos...
no meio da noite a sinhazinha sentiu sede, e naquele tempo não havia luz, apenas velas e lampiões, no caminho escuro até a cozinha ela escutou... tec, e disse: peguei o rato, mas não foi assuntar prá ter certeza, andou dois passos e sentiu ser picada por uma cobra...
a cobra em questão era de um veneno muito forte, e deixou a sinhazinha muito doente...
o sinhozinho foi até o galinheiro e matou a galinha para fazer uma sopa, para fortalecer sua companheira...
logo mais as pessoas começaram a visitar a pobre mulher que estava doente, e o sinhozinho foi ao chiqueiro e matou o porco, para servir aos visitantes, pois vinham de longe...
mas o veneno da rastejante eis que sua força desencarnou a sinhazinha...
e o sinhozinho foi até o curral e matou a vaca para servir à quem chegasse no funeral...

Enfim quando UM tem um problema
o PROBLEMA é de TODOS...

sexta-feira, 14 de maio de 2010

CONHECIMENTO NA UMBANDA... LEIA SEMPRE...

nomes dados de umbanda


"Umbanda tradicional" - Oriunda de Zélio Fernandino de Moraes";

"Umbanda Popular" - Que era praticada antes de Zélio e conhecida como Macumbas ou Candomblés de Caboclos; onde podemos encontrar um forte sincretismo - Santos Católicos associados aos Orixas Africanos";


"Umbanda Branca e/ou de Mesa" - Com um cunho espírita - "kardecista" - muito expressivo. Nesse tipo de Umbanda, em grande parte, não encontramos elementos Africanos - Orixás -, nem o trabalho dos Exus e Pomba-giras, ou a utilização de elementos como atabaques, fumo, imagens e bebidas. Essa linha doutrinaria se prende mais ao trabalho de guias como caboclos, pretos-velhos e crianças. Também podemos encontrar a utilização de livros espíritas - "kardecistas - como fonte doutrinária;


"Umbanda Omolokô" - Trazida da África pelo Tatá Trancredo da Silva Pinto. Onde encontramos um misto entre o culto dos Orixás e o trabalho direcionado dos Guias. Culto trazido da África pelos africanos escravizados, e que entre as décadas de 1940 à 1970, aproximadamente, passou a ser divulgado pelo Tatá Trancredo da Silva Pinto, pois esse culto já existia no Brasil. (grifo nosso);


"Umbanda Traçada ou Umbandomblé" - Onde existe uma diferenciação entre Umbanda e Candomblé, mas o mesmo sacerdote ora vira para a Umbanda, ora vira para o candomblé em sessoes diferenciadas. Não é feito tudo ao mesmo tempo. As sessões são feitas em dias e horários diferentes;

"Umbanda Esotérica" - É diferenciada entre alguns segmentos oriundos de Oliveira Magno, Emanuel Zespo e o W. W. da Matta (Mestre Yapacany), em que intitulam a Umbanda como a Aumbhandan: "conjunto de leis divinas";

"Umbanda Iniciática" - É derivada da Umbanda Esotérica e foi fundamentada pelo Mestre Rivas Neto (Escola de Síntese conduzida por Yamunisiddha Arhapiagha), onde há a busca de uma convergência doutrinária (sete ritos), e o alcance do Ombhandhum, o Ponto de Convergência e Síntese. Existe uma grande influência Oriental, principalmente em termos de mantras indianos e utilização do S.

UMBANDA: Banto - Kimbundo = arte de curar.


Segundo Heli Chatelain, tem diversas acepções correlatas na África (ref.: Cultura Bantu):


1 - A faculdade, ciência, arte, profissão, negócio:


1a) de curar com medicina natural (remédios) ou sobrenatural (encantos);


1b) de adivinhar o desconhecido pela consulta à sombra dos mortos ou dos gênios, espíritos que não são humanos nem divinos;


1c) de induzir esses espíritos humanos que não são humanos a influenciar os homens e a natureza para o bem ou para o mal;


Com o passar do tempo a Umbanda foi se individualizando e se modificando em relação ao candomblé, ao Catolicismo e ao Espiritismo. Através dos Pretos-Velhos e Caboclos, que guiaram seus "cavalos" (médiuns), a Umbanda foi adquirindo forma e conteúdo próprios e característicos (identidade cultural e religiosa) e que a diferencia daquela "Umbanda rudimentar" ou Macumba.


A incorporação de guias de Umbanda também ocorreu em outras religiões além do Candomblé, como foi no caso do espiritismo. Em 1908, na federação espírita, em Niterói, um jovem de 17 anos, Zélio Fernandino de Moraes, foi convidado a participar da Mesa Espírita. Ao serem iniciados os trabalhos, manifestaram-se em Zélio espíritos que diziam ser de índio e escravo. O dirigente da Mesa pediu que se retirassem, por acreditar que não passavam de espíritos atrasados (sem doutrina).


As entidades deram seus nomes como Caboclo das Sete encruzilhadas e Pai Antônio. No dia seguinte, as entidades começaram a atender na residência de Zélio todos àqueles que necessitavam, e, posteriormente, fundaram a Tenda espírita Nossa Senhora da Piedade.


Zélio foi o precursor de um "trabalho Umbandista Básico" (voltado à caridade, assistencial, sem cobrança e sem fazer o mal e priorisando o bem), uma forma "básica de culto" (muito simples), mas aberta à junção das formas já existentes (ao próprio Candomblé nos cultos Nagôs e Bantos, que deram origem às Umbandas mais africanas - Umbanda Omoloko, Umbanda de pretos-velhos-; ou aquelas formas mais vinculadas ao espiritismo - Umbanda Branca-; ou aquelas formas oriundas da Pajelança do índio brasileiro - Umbanda de Caboclo -; ou mesmo formas mescladas com o esoterismo de Papus - Gérard Anaclet Vincent Encausse -, esoterismo teosófico de Madame Helena Petrovna Blavatsky (1831-1891), de Joseph Alexandre Saint-Yves d´Alveydre - Umbanda Esotérica, Umbanda Iniciática, entre outras) que foram se mesclando e originando diversas correntes ou ramificações da Umbanda com suas próprias doutrinas, ritos, preceitos, cultura e características próprias dentro ou inerentes à prática de seus fundamentos.


Hoje temos várias ramificações da Umbanda que guardam raízes muito fortes das bases iniciais, e outras, que se absorveram características de outras religiões, mas que mantém a mesma essência nos objetivos de prestar a caridade, com humildade, respeito e fé.


A UMBANDA é uma religião de cunho espiritualista (contato e/ou interferência de espíritos, manipulações magísticas, práticas de cura através dos espíritos e/ou ervas/poções/conjuros, utilização de elementos ou instrumentos místicos)/mediúnica (instrumento pelo qual a prática religiosa se faz presente, especificamente, a incorporação) que agrega elementos de bases africanas (culto aos Orixás e ao espírito dos antepassados: Pretos-Velhos), indígenas (Caboclos), que recebeu influência oriental (indiana, inerente à reencarnação, o kharma e o dharma), e adquiriu elementos do cristianismo (judaísmo) como a caridade, o auxilio ao próximo e outros ditos por Jesus Cristo que no sincretismo religioso (associação dos Santos Católicos aos Orixás africanos) consideramos como o Orixá Oxalá.


Existem algumas versões para a origem da Umbanda. Tentaremos mostrar uma face dessa origem, salientando que não importa as formas variáveis da origem, e sim, como ela atua e o que têm em comum: sua essência.


O início do movimento Umbandista se coloca entre a primeira e a segunda metade do século XIX, junto ao candomblé. Os negros nas senzalas cantavam e dançavam em louvor aos Orixás, embora aos olhos dos brancos eles estavam comemorando os Santos católicos. Em meio a essas comemorações eles começaram a incorporar espíritos ditos Pretos-Velhos (reconhecidos como espíritos de ancestrais, sejam de antigos Babalaôs, Babalorixás, Yalorixás e antigos "Pais e Mães de senzala": escravos mais velhos que sobreviveram à senzala e que, em vida, eram conselheiros e sabiam as antigas artes da religião da distante África) que iniciaram a ajuda espiritual e o alívio do sofrimento material, àqueles que estavam no cativeiro. Embora houvesse uma certa resistência por parte de alguns, pois consideravam os espíritos incorporados dos Pretos-Velhos como Eguns (espírito de pessoas que já morreram e não são cultuados no candomblé), também houve admiração e devoção. Com os escravos foragidos, forros e libertados pelas leis do Ventre Livre, Sexagenário e posteriormente a Lei Áurea, começou-se a montagem das tendas, posteriormente terreiros.


Em alguns Candomblés também começaram a incorporar Caboclos (índios das terras brasileiras como Pajés e Caciques) que foram elevados à categoria de ancestral e passaram a ser louvados. O exemplo disso são os ditos "Candomblés de Caboclo". Muito comuns no norte e nordeste do Brasil até hoje.


No início do sec. XX surgiram as Macumbas no sudeste do Brasil, mas precisamente no Rio de Janeiro (sendo que também existiam em São Paulo ) que mesclavam ritos Africanos, um sincretismo Afro-católico e outros mistos magísticos e influências espíritas (kardecistas). Isso era feito isoladamente, por indivíduos e seus guias, ou em grupamentos liderados pelo Umbanda ou embanda que era o chefe de ritual. De certa forma, com o passar do tempo, tudo que envolvia algo que não se enquadrava no catolicismo, protestantismo, judaísmo ou no espiritismo, era considerado macumba. Virou um termo pejorativo e as pessoas que a praticavam, o que podemos rotular como uma "Umbanda rudimentar", não estavam muito interessadas ou preocupadas em dar-lhe um nome. Porém, o termo Umbanda já era utilizado dentro de uma forma de culto ainda meio dispersa e sem uma organização precisa como vemos hoje.


A mais antiga referência literária e denotativa ao termo Umbanda é de Heli Chaterlain, Contos Populares de Angola, de 1889. Lá aparece a referência à palavra Umbanda.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

KAÔ MEU PAI XANGO......


Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando inquiridos.

Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão.

Na África, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca das pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo.

Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas, presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos amorosos e congêneres). Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.

Outro dado saliente sobre a figura do senhor da justiça é seu mau relacionamento com a morte. Se Nanã é como Orixá a figura que melhor se entende e predomina sobre os espíritos de seres humanos mortos, Eguns, Xangô é que mais os detesta ou os teme. Há quem diga que, quando a morte se aproxima de um filho de Xangô, o Orixá o abandona, retirando-se de sua cabeça e de sua essência, entregando a cabeça de seus filhos a Obaluaiê e Omulu sete meses antes da morte destes, tal o grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas.

Deste tipo de afirmação discordam diversos babalorixás ligados ao seu culto, mas praticamente todos aceitam como preceito que um filho que seja um iniciado com o Orixá na cabeça, não deve entrar em cemitérios nem acompanhar a enterros.

Tudo que se refere a estudos, as demandas judiciais, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a Xangô.

Xangô teria como seu ponto fraco, a sensualidade devastadora e o prazer, sendo apontado como uma figura vaidosa e de intensa atividade sexual em muitas lendas e cantigas, tendo três esposas: Obá, a mais velha e menos amada; Oxum, que era casada com Oxossi e por quem Xangô se apaixona e faz com que ela abandone Oxossi; e Iansã, que vivia com Ogum e que Xangô raptou.

No aspecto histórico Xangô teria sido o terceiro Aláàfin Oyó, filho de Oranian e Torosi, e teria reinado sobre a cidade de Oyó (Nigéria), posto que conseguiu após destronar o próprio meio-irmão Dada-Ajaká com um golpe militar. Por isso, sempre existe uma aura de seriedade e de autoridade quando alguém se refere a Xangô.

Conta a lenda que ao ser vencido por seus inimigos, refugiou-se na floresta, sempre acompanhado da fiel Iansã, enforcou-se e ela também. Seu corpo desapareceu debaixo da terra num profundo buraco, do qual saiu uma corrente de ferro - a cadeia das gerações humanas. E ele se transformou num Orixá. No seu aspecto divino, é filho de Oxalá, tendo Iemanjá como mãe.

Xangô também gera o poder da política. É monarca por natureza e chamado pelo termo obá, que significa Rei. No dia-a-dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos, lideranças sindicais, associações, movimentos políticos, nas campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral.

Xangô é a ideologia, a decisão, à vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”, o poder de liderança. Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo Rei é mais importante que o medo.

Xangô é um Orixá de fogo, filho de Oxalá com Iemanjá. Diz a lenda que ele foi rei de Oyó. Rei poderoso e orgulhoso e teve que enfrentar rivalidades e até brigar com seus irmãos para manter-se no poder.

A finalidade principal desta linha é fazer caridade, implantando a justiça e os sentimentos que lhe são entregues. Sua essência é ígnea, manifesta-se nas montanhas rochosas, pedreiras e energiza a estabilidade constante vibrando na musculatura e na razão.
É cultuado nas montanhas e pedreiras e aceita como oferenda cerveja preta, vinho branco doce, melão, abacaxi, rabada de boi e é firmado com velas brancas e marrons. Simbolizado pela cor marrom e figurativamente pelo desenho de um machado com dois cortes. Irradia justiça e racionalidade, flui resignação, obediência e submissão e seu oposto é Iansã.

Xangô exerce uma influêcia muito forte em seu filho. Todos os Orixás, evidentemente, são justos e transmitem este sentimento aos seus filhos. Entretanto, em Xangô, a Justiça deixa de ser uma virtude, para passar uma obsessão, o que faz de seu filho um sofredor, principalmente porque o parâmetro da Justiça é o seu julgamento e não o da Justiça Divina, quase sempre diferente do nosso, muito terra. Esta análise é muito importante.

O filho de Xangô apresenta um tipo firme, enérgico, seguro e absolutamente austero. Sua fisionomia, mesmo a jovem, apresenta uma velhice precoce, sem lhe tirar, em absoluto, a beleza ou a alegria. Tem comportamento medido. É incapaz de dar um passo maior que a perna e todas as suas atitudes e resoluções baseiam-se na segurança e chão firme que gosta de pisar. É tímido no contato mas assume facilmente o poder do mando. É eterno conselheiro e não gosta de ser contrariado, podendo facilmente sair da serenidade para a violência, mas tudo medido, calculado e esquematizado. Acalma-se com a mesma facilidade quando sua opinião é aceita. Não guarda rancor. A discrição faz de seus vestuários um modelo tradicional.

Quando o filho de Xangô consegue equilibrar o seu senso de Justiça, transferindo o seu próprio julgamento para o Julgamento Divino, cuja sentença não nos é permitido conhecer, torna-se uma pessoa admirável. O medo de cometer injustiças muitas vezes retarda suas decisões, o que, ao contrário de lhe prejudicar, só lhe traz benefícios. O grande defeito dele é julgar os outros. Se aprender a dominar esta característica, torna-se um legítimo representante do Homem Velho, Senhor da Justiça, Rei da Pedreira. Por falar em pedreira, adora colecionar pedras.

Xangô era filho de Oranian, valoroso guerreiro, cujo corpo era branco à esquerda e preto à direita.

Xangô tinha um oxé - machado de duas lâminas; tinha também um saco de couro, pendurado no seu ombro esquerdo. Nele estavam os elementos do seu axé: aquilo que ele engolia para cuspir fogo e amedrontar seus adversários, e as pedras de raio com as quais ele destruia as casas de seus inimigos.

Assim que ficou adulto, Xangô partiu em busca de aventuras gloriosas. O primeiro lugar que Xangô visitou chamava-se Kossô. Ali chegando, todos de Kossô vieram lhe pedir clemência, gritando: “Kabiyesi Xangô, Kawo Kabiyesi Xangô Obá Kossô!” (vamos todos ver e saudar Xangô, o Rei de Kossô!).

Assim ele pôs-se à obra; realizava trabalhos úteis à comunidade e fazia as coisas com alma e dignidade. Mas esta vida calma não convinha à Xangô. Ele adorava as viagens e as aventuras. Assim, partiu novamente e chegou à cidade de Irê, onde morava Ogum.

Ogum o terrível guerreiro; Ogum o poderoso ferreiro. Ogum estava casado com Iansã, senhora dos ventos e tempestades. Ela ajudava Ogum na forja, carregando suas ferramentas e atiçando o fogo com os sopradores. Xangô gostava de ver Ogum trabalhar; vez por outra, ele olhava para Iansã. Iansã também olhava para Xangô.

Xangô era vaidoso e cuidava muito de sua aparência, a ponto de trançar seus cabelos e furar suas orelhas, onde pendurava grandes argolas de ouro. Usava braceletes e colares de contas vermelhas e brancas.

Muito impressionada pela distinção e pelo brilho de Xangô, Iansã foi-se embora com ele tornando-se sua primeira mulher.

São Jerônimo, sincretizado com Xangô no Brasil, nasceu de uma família abastada, provavelmente no ano 331, na cidade de Stridova, entre a Croácia e a Hungria.
Estudou em Roma, especializando-se na arte da oratória.

Como sua juventude fora dedicada à vida mundana, Jerônimo tardou seu batizado e, em carta ao papa, ele vislumbrou para si um batismo de fogo no qual suas máculas seriam queimadas. Após ter copiado dois livros de Santo Hilário, ele decidiu estudar teologia. Mas sua leitura favorita continuava a ser a literatura dos grandes legisladores e oradores, como Cícero.

Aos 43 anos, ele esteve muito doente e permaneceu muito tempo acamado, durante a Quaresma, jejuou e teve visões, vendo-se diante do trono do Senhor.

Resolve dedicar-se a uma vida monástica, isolando-se no deserto de Marônia, na Síria. Livros, penas e nanquim são seus companheiros.

Para combater a pensamentos impuros, pegava uma pedra e batia em seu peito, punindo-se, logo após voltava a escrever em hebraico, onde se tornou mestre nessa língua.

O sincretismo entre Xangô e São Jerônimo está no temperamento forte, crítico e na medida que ambos são conhecedores de leis e mandamentos. Xangô tem como lugar as pedreiras.

Sua imagem é representada por um ancião sentado sobre as pedras, segurando a tábua dos 10 Mandamentos e com um leão ao lado.

Xangô tem sua falange também, o mais conhecido é Xangô Kaô

Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão.
Na África, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca das pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo.

Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas, presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos amorosos e congêneres). Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.

Xangô não contesta o status de Oxalá de patriarca da Umbanda, mas existe algo de comum entre ele e Zeus, o deus principal da rica mitologia grega. O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas lâminas, o Oxé, que indica o poder de Xangô, corta em duas direções opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre. Numa disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada.


Xa = Senhor, dirigente


Angô = Raio, fogo, alma


Xangô = Senhor do Raio, Senhor das Almas ou Senhor Dirigente das Almas


São Jerônimo - Xângo Agodô = Rei da Cachoeira, Senhor da Justiça, Rei das Pedreiras, dos Raios e Trovões e das Forças da Natureza.

São Pedro - Xângo Agajô = Protetor das Almas que entram no céu.

São João Batista - Xangô Kaô = Protetor dos que sofrem injustiças, Senhor Chefe das Falanges do Oriente. (Ori=Cabeça) Rei da Cachoeira, Senhor da Justiça, Rei das Pedreiras, dos Raios e Trovões e das Forças da Natureza.

Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro Deus Iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras.

Xangô é um Orixá bastante popular no Brasil e às vezes confundido como um Orixá com especial ascendência sobre os demais, em termos hierárquicos. Essa confusão acontece por dois motivos: em primeiro lugar, Xangô é miticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça - representa a autoridade constituída no panteão africano. Ao mesmo tempo, há no norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nome de Xangô. No Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos de África. Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô de Caboclo, que se refere obviamente ao que chamamos de Candomblé de Caboclo.

domingo, 9 de maio de 2010

POVO D'AGUA


lá vão as moças prá beira d'agua,
solte os cabelos moça linda e caia n'agua...

OBJETIVO DO BLOG

Este Blog foi criado no intuito de gerar informações a filhos e irmãos de fé da Sociedade Umbandista Tenda Caboclo Pajelança, mas que também estará beneficiando as pessoas interessadas nos assuntos correspondentes a Religião Umbanda.