CHEFE DO TERREIRO

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MÃE CRISTIANE DE OLIVEIRA

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Doações e Contribuições

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quinta-feira, 13 de maio de 2010

KAÔ MEU PAI XANGO......


Xangô é pesado, íntegro, indivisível, irremovível; com tudo isso, é evidente que um certo autoritarismo faça parte da sua figura e das lendas sobre suas determinações e desígnios, coisa que não é questionada pela maior parte de seus filhos, quando inquiridos.

Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão.

Na África, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca das pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo.

Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas, presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos amorosos e congêneres). Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.

Outro dado saliente sobre a figura do senhor da justiça é seu mau relacionamento com a morte. Se Nanã é como Orixá a figura que melhor se entende e predomina sobre os espíritos de seres humanos mortos, Eguns, Xangô é que mais os detesta ou os teme. Há quem diga que, quando a morte se aproxima de um filho de Xangô, o Orixá o abandona, retirando-se de sua cabeça e de sua essência, entregando a cabeça de seus filhos a Obaluaiê e Omulu sete meses antes da morte destes, tal o grau de aversão que tem por doenças e coisas mortas.

Deste tipo de afirmação discordam diversos babalorixás ligados ao seu culto, mas praticamente todos aceitam como preceito que um filho que seja um iniciado com o Orixá na cabeça, não deve entrar em cemitérios nem acompanhar a enterros.

Tudo que se refere a estudos, as demandas judiciais, ao direito, contratos, documentos trancados, pertencem a Xangô.

Xangô teria como seu ponto fraco, a sensualidade devastadora e o prazer, sendo apontado como uma figura vaidosa e de intensa atividade sexual em muitas lendas e cantigas, tendo três esposas: Obá, a mais velha e menos amada; Oxum, que era casada com Oxossi e por quem Xangô se apaixona e faz com que ela abandone Oxossi; e Iansã, que vivia com Ogum e que Xangô raptou.

No aspecto histórico Xangô teria sido o terceiro Aláàfin Oyó, filho de Oranian e Torosi, e teria reinado sobre a cidade de Oyó (Nigéria), posto que conseguiu após destronar o próprio meio-irmão Dada-Ajaká com um golpe militar. Por isso, sempre existe uma aura de seriedade e de autoridade quando alguém se refere a Xangô.

Conta a lenda que ao ser vencido por seus inimigos, refugiou-se na floresta, sempre acompanhado da fiel Iansã, enforcou-se e ela também. Seu corpo desapareceu debaixo da terra num profundo buraco, do qual saiu uma corrente de ferro - a cadeia das gerações humanas. E ele se transformou num Orixá. No seu aspecto divino, é filho de Oxalá, tendo Iemanjá como mãe.

Xangô também gera o poder da política. É monarca por natureza e chamado pelo termo obá, que significa Rei. No dia-a-dia encontramos Xangô nos fóruns, delegacias, ministérios políticos, lideranças sindicais, associações, movimentos políticos, nas campanhas e partidos políticos, enfim, em tudo que gera habilidade no trato das relações humanas ou nos governos, de um modo geral.

Xangô é a ideologia, a decisão, à vontade, a iniciativa. É a rigidez, organização, o trabalho, a discussão pela melhora, o progresso social e cultural, a voz do povo, o levante, à vontade de vencer. Também o sentido de realeza, a atitude imperial, monárquica. É o espírito nobre das pessoas, o chamado “sangue azul”, o poder de liderança. Para Xangô, a justiça está acima de tudo e, sem ela, nenhuma conquista vale a pena; o respeito pelo Rei é mais importante que o medo.

Xangô é um Orixá de fogo, filho de Oxalá com Iemanjá. Diz a lenda que ele foi rei de Oyó. Rei poderoso e orgulhoso e teve que enfrentar rivalidades e até brigar com seus irmãos para manter-se no poder.

A finalidade principal desta linha é fazer caridade, implantando a justiça e os sentimentos que lhe são entregues. Sua essência é ígnea, manifesta-se nas montanhas rochosas, pedreiras e energiza a estabilidade constante vibrando na musculatura e na razão.
É cultuado nas montanhas e pedreiras e aceita como oferenda cerveja preta, vinho branco doce, melão, abacaxi, rabada de boi e é firmado com velas brancas e marrons. Simbolizado pela cor marrom e figurativamente pelo desenho de um machado com dois cortes. Irradia justiça e racionalidade, flui resignação, obediência e submissão e seu oposto é Iansã.

Xangô exerce uma influêcia muito forte em seu filho. Todos os Orixás, evidentemente, são justos e transmitem este sentimento aos seus filhos. Entretanto, em Xangô, a Justiça deixa de ser uma virtude, para passar uma obsessão, o que faz de seu filho um sofredor, principalmente porque o parâmetro da Justiça é o seu julgamento e não o da Justiça Divina, quase sempre diferente do nosso, muito terra. Esta análise é muito importante.

O filho de Xangô apresenta um tipo firme, enérgico, seguro e absolutamente austero. Sua fisionomia, mesmo a jovem, apresenta uma velhice precoce, sem lhe tirar, em absoluto, a beleza ou a alegria. Tem comportamento medido. É incapaz de dar um passo maior que a perna e todas as suas atitudes e resoluções baseiam-se na segurança e chão firme que gosta de pisar. É tímido no contato mas assume facilmente o poder do mando. É eterno conselheiro e não gosta de ser contrariado, podendo facilmente sair da serenidade para a violência, mas tudo medido, calculado e esquematizado. Acalma-se com a mesma facilidade quando sua opinião é aceita. Não guarda rancor. A discrição faz de seus vestuários um modelo tradicional.

Quando o filho de Xangô consegue equilibrar o seu senso de Justiça, transferindo o seu próprio julgamento para o Julgamento Divino, cuja sentença não nos é permitido conhecer, torna-se uma pessoa admirável. O medo de cometer injustiças muitas vezes retarda suas decisões, o que, ao contrário de lhe prejudicar, só lhe traz benefícios. O grande defeito dele é julgar os outros. Se aprender a dominar esta característica, torna-se um legítimo representante do Homem Velho, Senhor da Justiça, Rei da Pedreira. Por falar em pedreira, adora colecionar pedras.

Xangô era filho de Oranian, valoroso guerreiro, cujo corpo era branco à esquerda e preto à direita.

Xangô tinha um oxé - machado de duas lâminas; tinha também um saco de couro, pendurado no seu ombro esquerdo. Nele estavam os elementos do seu axé: aquilo que ele engolia para cuspir fogo e amedrontar seus adversários, e as pedras de raio com as quais ele destruia as casas de seus inimigos.

Assim que ficou adulto, Xangô partiu em busca de aventuras gloriosas. O primeiro lugar que Xangô visitou chamava-se Kossô. Ali chegando, todos de Kossô vieram lhe pedir clemência, gritando: “Kabiyesi Xangô, Kawo Kabiyesi Xangô Obá Kossô!” (vamos todos ver e saudar Xangô, o Rei de Kossô!).

Assim ele pôs-se à obra; realizava trabalhos úteis à comunidade e fazia as coisas com alma e dignidade. Mas esta vida calma não convinha à Xangô. Ele adorava as viagens e as aventuras. Assim, partiu novamente e chegou à cidade de Irê, onde morava Ogum.

Ogum o terrível guerreiro; Ogum o poderoso ferreiro. Ogum estava casado com Iansã, senhora dos ventos e tempestades. Ela ajudava Ogum na forja, carregando suas ferramentas e atiçando o fogo com os sopradores. Xangô gostava de ver Ogum trabalhar; vez por outra, ele olhava para Iansã. Iansã também olhava para Xangô.

Xangô era vaidoso e cuidava muito de sua aparência, a ponto de trançar seus cabelos e furar suas orelhas, onde pendurava grandes argolas de ouro. Usava braceletes e colares de contas vermelhas e brancas.

Muito impressionada pela distinção e pelo brilho de Xangô, Iansã foi-se embora com ele tornando-se sua primeira mulher.

São Jerônimo, sincretizado com Xangô no Brasil, nasceu de uma família abastada, provavelmente no ano 331, na cidade de Stridova, entre a Croácia e a Hungria.
Estudou em Roma, especializando-se na arte da oratória.

Como sua juventude fora dedicada à vida mundana, Jerônimo tardou seu batizado e, em carta ao papa, ele vislumbrou para si um batismo de fogo no qual suas máculas seriam queimadas. Após ter copiado dois livros de Santo Hilário, ele decidiu estudar teologia. Mas sua leitura favorita continuava a ser a literatura dos grandes legisladores e oradores, como Cícero.

Aos 43 anos, ele esteve muito doente e permaneceu muito tempo acamado, durante a Quaresma, jejuou e teve visões, vendo-se diante do trono do Senhor.

Resolve dedicar-se a uma vida monástica, isolando-se no deserto de Marônia, na Síria. Livros, penas e nanquim são seus companheiros.

Para combater a pensamentos impuros, pegava uma pedra e batia em seu peito, punindo-se, logo após voltava a escrever em hebraico, onde se tornou mestre nessa língua.

O sincretismo entre Xangô e São Jerônimo está no temperamento forte, crítico e na medida que ambos são conhecedores de leis e mandamentos. Xangô tem como lugar as pedreiras.

Sua imagem é representada por um ancião sentado sobre as pedras, segurando a tábua dos 10 Mandamentos e com um leão ao lado.

Xangô tem sua falange também, o mais conhecido é Xangô Kaô

Suas decisões são sempre consideradas sábias, ponderadas, hábeis e corretas. Ele é o Orixá que decide sobre o bem e o mal. Ele é o Orixá do raio e do trovão.
Na África, se uma casa é atingida por um raio, o seu proprietário paga altas multas aos sacerdotes de Xangô, pois se considera que ele incorreu na cólera do Deus. Logo depois os sacerdotes vão revirar os escombros e cavar o solo em busca das pedras-de-raio formadas pelo relâmpago. Pois seu axé está concentrado genericamente nas pedras, mas, principalmente naquelas resultantes da destruição provocada pelos raios, sendo o Meteorito é seu axé máximo.

Xangô tem a fama de agir sempre com neutralidade (a não ser em contendas pessoais suas, presentes nas lendas referentes a seus envolvimentos amorosos e congêneres). Seu raio e eventual castigo são o resultado de um quase processo judicial, onde todos os prós e os contras foram pensados e pesados exaustivamente. Seu Axé, portanto está concentrado nas formações de rochas cristalinas, nos terrenos rochosos à flor da terra, nas pedreiras, nos maciços. Suas pedras são inteiras, duras de se quebrar, fixas e inabaláveis, como o próprio Orixá.

Xangô não contesta o status de Oxalá de patriarca da Umbanda, mas existe algo de comum entre ele e Zeus, o deus principal da rica mitologia grega. O símbolo do Axé de Xangô é uma espécie de machado estilizado com duas lâminas, o Oxé, que indica o poder de Xangô, corta em duas direções opostas. O administrador da justiça nunca poderia olhar apenas para um lado, defender os interesses de um mesmo ponto de vista sempre. Numa disputa, seu poder pode voltar-se contra qualquer um dos contendores, sendo essa a marca de independência e de totalidade de abrangência da justiça por ele aplicada.


Xa = Senhor, dirigente


Angô = Raio, fogo, alma


Xangô = Senhor do Raio, Senhor das Almas ou Senhor Dirigente das Almas


São Jerônimo - Xângo Agodô = Rei da Cachoeira, Senhor da Justiça, Rei das Pedreiras, dos Raios e Trovões e das Forças da Natureza.

São Pedro - Xângo Agajô = Protetor das Almas que entram no céu.

São João Batista - Xangô Kaô = Protetor dos que sofrem injustiças, Senhor Chefe das Falanges do Oriente. (Ori=Cabeça) Rei da Cachoeira, Senhor da Justiça, Rei das Pedreiras, dos Raios e Trovões e das Forças da Natureza.

Talvez estejamos diante do Orixá mais cultuado e respeitado no Brasil. Isso porque foi ele o primeiro Deus Iorubano, por assim dizer, que pisou em terras brasileiras.

Xangô é um Orixá bastante popular no Brasil e às vezes confundido como um Orixá com especial ascendência sobre os demais, em termos hierárquicos. Essa confusão acontece por dois motivos: em primeiro lugar, Xangô é miticamente um rei, alguém que cuida da administração, do poder e, principalmente, da justiça - representa a autoridade constituída no panteão africano. Ao mesmo tempo, há no norte do Brasil diversos cultos que atendem pelo nome de Xangô. No Nordeste, mais especificamente em Pernambuco e Alagoas, a prática do candomblé recebeu o nome genérico de Xangô, talvez porque naquelas regiões existissem muitos filhos de Xangô entre os negros que vieram trazidos de África. Na mesma linha de uso impróprio, pode-se encontrar a expressão Xangô de Caboclo, que se refere obviamente ao que chamamos de Candomblé de Caboclo.

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