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quarta-feira, 17 de novembro de 2010
EM BUSCA DE DIGNIDADE E LIBERDADE RELIGIOSA
Semana da Consciência Negra promove atividades para debater religiões afrodescendentes
Ângela Bastos angela.bastos@diario.com.br
Uma caminhada pelo Distrito do Rio Vermelho, entre a Barra da Lagoa e a praia dos Ingleses, em Florianópolis, marcou nesta segunda-feira o Dia Nacional da Umbanda. O evento deu início à programação da Semana da Consciência Negra. Uma solenidade na Assembleia Legislativa, às 19h desta terça-feira, abre oficialmente as atividades da semana.
A caminhada partiu do centro espírita Caboclo Pena Verde, seguindo pela rua João Gualberto Soares até alcançar a pracinha do distrito. Além de atabaques e berimbaus, os manifestantes carregavam faixas pedindo paz. Representantes do Movimento Hare Krishna demostraram o seu apoio e também participaram da caminhada contra a intolerância religiosa pelas ruas do Rio Vermelho.
— Não somos poucos, mas somos invisíveis. Eventos como este pretendem dar visibilidade ao nosso povo — explicou Ana Paula Cardozo da Silva, coordenadora de Políticas Públicas para Promoção da Igualdade Racial de Florianópolis.
Segundo a coordenadora, a Capital tem 500 casas religiosas ligadas à umbanda, batuque, candomblé e almas de Angola. Na Grande Florianópolis, são 1,2 mil.
Ana Paula diz que a questão da intolerância religiosa vem se acentuando contra as religiões de matriz africana, principalmente com a ação da força policial e as manifestações de repúdio que colocam em risco a integridade física dos religiosos e também o patrimônio das instituições.
Existem relatos de ações contra terreiros, muitas vezes acusados de provocar barulho à vizinhança. Apedrejamento, insultos e vandalismo a monumentos são algumas das práticas mais comuns.
— A própria Constituição Federal apresenta o conflito, à medida que garante questões como a Lei do Silêncio e o direito à liberdade dos cultos — afirma Ana Paula.
Para a coordenadora, esta situação revela o preconceito com os seguidores das religiões afrodescendentes:
— A questão não é o barulho dos tambores, mas o olhar que essas pessoas têm sobre os seguidores dos cultos africanos. Estamos aqui para ajudar a esclarecer que o preconceito se faz sobre a ignorância de que nós somos uma "coisa do demônio"
http://www.clicrbs.com.br/diariocatarinense/jsp/default.jsp?uf=2&local=18§ion=Geral&newsID=a3110481.xml
terça-feira, 2 de novembro de 2010
ENDEREÇO NOVO!!!
EM BREVE A CASA TENDA DE UMBANDA CABOCLO PAJELANÇA TERÁ A HONRA DE CONVIDÁ-LOS PARA A FESTA DE INAUGURAÇÃO DA NOVA RESIDÊNCIA E ENCERRAMENTO DO ANO....
AXÉ.
quarta-feira, 4 de agosto de 2010
EM DEFESA DA IGUALDADE RACIAL - Ver. Francisco Alves
EM DEFESA DA IGUALDADE RACIAL
O vereador Francisco Alves – PT esteve reunido na manhã de terça-feira, dia 27/07, na prefeitura com representantes do Movimento da Consciência Negra do Estado de Santa Catarina, o delegado de policia, representantes do Movimento de Consciência Negra do Vale do Itapocu – MOCONEVI e representantes do executivo, para conversarem sobre o ocorrido no CENTRO DE UMBANDA CABOCLO PAJELANÇA e a Polícia Militar, que invadiu o local depois de denúncias feitas pelos vizinhos "incomodados" com o barulho. Os militantes negros ficaram indignados com a agressividade e a intolerância dos policiais. Pedem que o poder público cumpra a Lei Federal 10.639/03, que obriga as escolas a incluírem conteúdos referentes à cultura africana no currículo escolar. O vereador Francisco Alves diz que seminários e audiências devem ser organizados para difundir essa lei no município, e que devem se reunir com representantes da polícia e do governo do Estado para expor a situação. Uma comissão também foi formada para traçar as ações de combate ao preconceito racial na região.
Blog: Vereador Francisco Alves
Postagem:
Data: 30/07/2010 às 04:33 am
Link: http://franciscoalvesvereador.blogspot.com/2010/07/em-defesa-da-igualdade-racial.html
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
DENUNCIA - PM INVADE CENTRO DE UMBANDA - RADIO BRASIL NOVO - 01/08/2010
quinta-feira, 29 de julho de 2010
MOCONEVI...
Moconevi pede apoio da prefeita
Ontem pela manhã, representantes do Movimento de ConsciênciaNegra do Vale do Itapocu (Moconevi) e defensores do Movimento Negro Estadual estiveram com a prefeita Cecília Konell. Na pauta do encontro, os incidentes ocorridos no fim do mês passado, quando a Polícia Militar invadiu o centro de Umbanda Caboclo Pajelança, no bairro Amizade. Na ocasião, os policiais disseram que apenas atenderam à socilitação de vizinhos do terreiro incomodados com os barulhos.A mãe de santo Cristiane Tomaz de Oliveira considerou o fato uma arbitrariedade que impede o direito constitucional de liberdade de raça e credo religioso. Na ocasião, ela, o filho de 17 anos e um empresário de 27 anos foram encaminhados para a delegacia de Polícia, mas foram liberados após prestar esclarecimentos.
Segundo o vereador Francisco Alves (PT), que é membro do Moconevi e acompanhou a visita à prefeita, informou que o grupo quer promover encontros sobre o tema para que episódios como este não se repitam.
REPORTAGEM EXTRAIDA DE AN JARAGUÁ ONLINE
>>http://www.clicrbs.com.br/anoticia/jsp/default2.jsp?uf=2&local=18&source=a2985564.xml&template=4187.dwt&edition=15181§ion=2059<<
terça-feira, 13 de julho de 2010
RESPOSTA AO OCORRIDO...
Átila afirmou ainda que "as providências tomadas pelo governador catarinense Leonel Pavan é a prova indiscutível de que as autoridades brasileiras estão conscientes de que existe o Estado de Direito em nosso país, que não pode ser desafiado por policiais a bel prazer".
O governador agiu duramente, não permitindo que um inquérito se arrastasse por 40 dias, quando diante da repulsa nacional à Policia Militar Catarinense, o governador Leonel Pavan no último dia 12, ligou pessoalmente para nossos irmãos Átila Nunes e Átila Nunes Neto, afirmando textualmente o seguinte, solicitando essa divulgação:
Agradecendo a intervenção do governador, o deputado Átila Nunes, disse-lhe que sua decisão, como maior autoridade daquele Estado, interromperia novas tentativas de invasão policial nos terreiros umbandistas.
INFORMAÇÕES CEDIDAS POR NOSSO COMPANHEIRO JOSÉ CARLOS PIQUERA
By CEN Brasil Comunicação
Abaixo, reproduzimos a carta assinada pelos nossos irmáos Átila Nunes e Átila Nunes Neto ao governador Leonel Pavan, manifestando a ação flagrantemente inconstitucional.
CARTA DE ÁTILA NUNES E ÁTILA NUNES NETO AO GOVERNADOR DE SANTA CATARINA SOBRE A VIOLÊNCIA DA POLÍCIA MILITAR CONTRA OS UMBANDISTAS
Senhor Governador de Santa Catarina Leonel Pavan,
Vossa Excelência comanda um dos estados com maior índice de desenvolvimento humano: Santa Catarina, hoje um sonho para milhoes de brasileiros que gostariam de aí residir.
Quando se fala em Santa Catarina, se pensa em civilidade.
O senhor é um político experiente. Foi vereador, prefeito por três vezes de Balneário Camboriu, deputado federal e senador da República. É um democrata experiente na Política e na Administração Pública.
Infelizmente, Senhor Governador, nos últimos dias, milhões de brasileiros que seguem a fé umbandista, sentem-se surpresos com a violência da Policia Militar de seu estado. Essa indignaçao podemos sentir principalmente na internet, onde são postadas mensagens de repúdio e da mais absoluta indignação.
O que aconteceu na noite de 26 de junho deste ano de 2010 na cidade de Jaraguá do Sul, nos faz lembrar o Rio de Janeiro dos anos 50, quando terreiros de Umbanda eram invadidos e seus dirigentes e médiuns presos pela polícia, hoje, algo impensável em terras fluminenses.
Naquela noite, por volta das 8 da noite, a Tenda de Umbanda Caboclo Pajelança, situada na Rua Adolpho Augusto Ziemann, 342, Czerniewicz, Jaraguá do Sul, foi invadida por doze homens do 14o Batalhao da Polícia Militar, fortemente armados com pistolas, armas de choque, sprays de gás de pimenta e escopetas, sob o comando do sargento Adriano, que deu voz de prisão a diretora de culto Cristiane Tomaz de Oliveira.
A sessão em homenagem aos pretos velhos foi interrompida sob a ameaça dos policiais, determinando as dezenas de pessoas presentes que se calassem e não se movimentassem, sob o risco de terem que usar armas de choque e gás, além de todos serem levados presos. Um ogan, menor de idade, foi conduzido algemado pra o distrito policial.
Dona Cristiane, a diretora de culto, tem certeza de estar sendo vítima de perseguição religiosa, haja vista que os policiais militares ao chegarem ao distrito, mostraram um abaixo assinado de vizinhos para que o centro umbandista feche as portas e se mude do bairro.
A violência da polícia de Santa Catarina nesse episódio ultrapassou não apenas os limites legais, mas, sobretudo, o bom senso, beirando a barbárie.
Depoimentos dos presentes ao culto confirmam que a invasão – absolutamente inconstitucional flagrantemente ilegal – ocorreu em meio as ameaças dos policiais, fazendo com que senhoras e crianças entrassem pânico, chorando de medo. Ao questionar a razão da invasão, o ogan menor de idade recebeu ordem para calar-se, tendo seu atabaque danificado com violência por um dos PMs.
Por serem sobejamente conhecidos pelas autoridades, - inclusive Vossa Excelência - seria desnecessário invocar os preconceitos constitucionais que garantem aos brasileiros a “inviolabilidade da liberdade de consciência e de crença, sendo assegurado o livre exercício dos cultos religiosos e garantida, na forma da lei, a proteção aos locais de culto e a suas liturgias”.
Desnecessário também, Senhor Governador, lembrar outro preceito constitucional que estabelece que “ninguém será privado de direitos por motivo de crença religiosa.
Ou então, o que preceitua o Código Penal no artigo 208, que trata de ultraje a culto, seu impedimento ou sua perturbação, considerando crime contra o sentimento religioso “escarnecer de alguém publicamente, por motivo de crença ou funçao religiosa; impedir ou perturbar cerimônia ou prática de culto religioso; vilipendiar publicamente ato ou objeto de culto religioso”.
Saliente-se ainda, o artigo 140 do Código Penal: se a injúria consiste na utilização de elementos referentes a raça, cor, etnia, religião ou origem, a pena é de reclusão de um a três anos e multa.
Finalmente, poderia ser destacada a Lei de Abuso de Autoridade (Lei No 4.898, de 9 de dezembro de 1965) que regula o Direito de Representaçao e o processo de Responsabilidade Administrativa Civil e Penal, nos casos de abuso de autoridade. O artigo terceiro estabelece como abuso de autoridade qualquer atentado a liberdade de consciência e de crença, ao livre exercício do culto religioso e ao direito de reunião.
É sabido por todos, Senhor Governador, que a Lei 7.716 de 5 de janeiro de 1989 define os crimes resultantes de preconceito. O artigo primeiro diz que “serão punidos, na forma desta Lei, os crimes resultantes de discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional”. (Redação dada pela Lei no 9.459, de 15/05/97). O artigo 20 é claro, ao proibir praticar, induzir ou incitar a discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional. (Redação dada pela Lei no 9.459, de 15/05/97).
Não podemos acreditar, Governador, que o senhor deixe passar em branco, sem uma atitude enérgica, severa, um episódio dessa natureza.
Essa violência jurássica da Polícia Militar, ao arrepio das leis e da Constituição, não condiz com Santa Catarina. Não condiz com a natureza boa, generosa e fraterna do povo catarinense.
Nesse ínterim, enquanto durar as averiguações dentro da Polícia Militar que pediu o prazo inacreditável de 40 dias para chegar a uma conclusão, apesar das dezenas de testemunhas do vilipendio religioso e do abuso de autoridade, nos mobilizaremos nacionalmente para chamar atenção para a Polícia Militar de Santa Catarina que reproduz práticas coercitívas do início do século passado.
Senhor Governador, reiteramos nossa confiança no seu senso de justiça e de absoluta obediência ao Estado de Direito em vigor no Brasil, e consequentemente, no Estado de Santa Catarina.
ÁTILA NUNES e ÁTILA NUNES NETO
atilanunes@emdefesadaumbanda.com.br
Abaixo, seguem os e-mails das autoridades de Santa Catarina que tem o dever investigar e punir os responsáveis por tamanha barbaridade.
Se possível, entre em contato com essas autoridades transmitindo-lhes o sentimento de indignação dos brasileiros que acreditam viver num país em que se respeita a liberdade religiosa
Abdré Mendes da Silveira
Coronel Luiz da Silva Maciel
Promotor Gercino Gerson Gomes Neto
Cecília Konell
sandra.gabinete@jaraguadosul.com.br,
Fonte: ICA
Site: COLETIVO DE ENTIDADES NEGRAS
segunda-feira, 12 de julho de 2010
CONVITE...
ENDEREÇO: RUA ADOLPHO AUGUSTO ALFREDO ZIEMANN, 342, BAIRRO AMIZADE, JARAGUÁ DO SUL-SC, PRÓXIMO A ESCOLA MUNICIPAL ALBERTO BAUER.
VENHAM E SERÃO TODOS BEM RECEBIDOS....
AXÉ...
sexta-feira, 2 de julho de 2010
Comunidade orkut CANTO DAS RELIGIÕES -DENUNCIA DE ABUSO DE AUTORIDADE PRECONCEITO
http://www.orkut.com.br/Main#CommMsgs?cmm=57831918&tid=5488527304431071443&start=1
quinta-feira, 1 de julho de 2010
Blog Vozes de Aruanda : TERREIRO INVADIDO PELA PM
PUBLICAÇÃO NO BLOG VOZES DE ARUANDA
Blog: Ouvindo as Vozes de Aruanda
Postagem: TERREIRO INVADIDO PELA PM
Link: http://vozesdearuanda.blogspot.com/2010/07/terreiro-invadido-pela-pm.html
quarta-feira, 30 de junho de 2010
POLÊMICA EM TERREIRO DE UMBANDA
De acordo com a Polícia Militar de Jaraguá, os responsáveis pelo Centro foram chamados na porta, a sirene das quatro viaturas foram ligadas, um chamado foi feito através do megafone, mas nada dos responsáveis aparecerem. Os oficiais invadiram a residência de número 342, e encaminharam a mãe de santo Cristiane Tomaz de Oliveira, seu filho de 17 anos e o empresário Wellington Menezes da Silva, de 27 anos, para a delegacia de Polícia Civil.
No entanto, a mãe de santo afirma que houve abuso de autoridade no local. “Eles alegaram que vários vizinhos estavam reclamando do barulho. Mas, nunca nenhum vizinho veio reclamar diretamente para mim. Sendo que todo dia tem uma banda de rock que ensaia na rua, fazendo muito mais barulho, e ninguém reclama. Isso é perseguição religiosa”, alega a mãe de santo.
Ela registrou uma boletim de ocorrência contra a PM de Jaraguá na Polícia Civil e encaminhou uma denúncia para a Ouvidoria da Polícia Militar de Santa Catarina, em Florianópolis. Na tarde de hoje, ela registrou a queixa diretamente no Batalhão da PM jaraguaense. A PM de Jaraguá vai abrir um inquérito policial militar e apurar os fatos. O resultado deve sair em 40 dias.
Confirma mais detalhes sobre o caso, na edição de amanhã do AN Jaraguá.
domingo, 27 de junho de 2010
ABUSO DE AUTORIDADE EM TEMPLO RELIGIOSO
sexta-feira, 25 de junho de 2010
TITULO II
Art. 5º - A Sociedade será constituída por sócios contribuintes e sócios efetivos:
a) Sócios Contribuintes: são os sócios que contribuem com as mensalidades estipuladas pela Diretoria Executiva da Sociedade;
b) Sócios Efetivos: são os sócios que também contribuem com as mensalidades, porém batizados, após uma avaliação da comissão de médiuns.
TITULO I
Art. 2º - A Sociedade tem por objetivos:
a) Propagar a fé em Jesus Cristo – Oxalá e na Virgem Maria e me todos os Orixás que regem o cosmos;
b) Realizar trabalhos espíritas de Umbanda, visando o bem estar e a elevação espiritual do homem;
c) Difundir os conhecimentos de sua doutrina;
d) Manter intercâmbio cultural e cooperação com entidades religiosas afins;
e) Oferecer a comunidade serviços de assistência espiritual;
f) Dar assistência material à comunidade carente, inclusive colaborando nas campanhas públicas de auxilio às pessoas.
Art. 3º - A Sociedade se denomina “Tenda de Umbanda Caboclo Pajelança”.
Art. 4º - O prazo de duração da Sociedade é indeterminado.
INSTITUCIONAL
INSTITUCIONAL
A Tenda de Umbanda Caboclo Pajelança está estabelecida na residência da Senhora Cristiane Tomaz Oliveira; situada na Rua Adolpho Augusto Alfredo Ziemann, nº342, CEP 89255-410, no Bairro Czerniewicz, na cidade de Jaraguá do Sul, estado de Santa Catarina, imóvel atualmente locado. A Tenda ocupa 35m² (trinta e cinco metros quadrados).
Existem trabalhos espirituais de segunda a domingo. Sua filosofia segue a linha de Umbanda criada pelo Sr. Zélio de Moraes, conforme amplamente divulgado historicamente pela cultura nacional.
Está previsto no ESTATUTO, ser esta, a filosofia transmitida ao sucessor do atual dirigente espiritual. A Tenda de Umbanda Caboclo Pajelança serve também como espaço cultural. Por ser a fundadora e dirigente espiritual, com cargo Vitalício, a Sra. Cristiane Tomaz Oliveira comanda a gira de segunda a domingo. Esta é a apresentação da Tenda Caboclo Pajelança.
quinta-feira, 24 de junho de 2010
Oração de Fé: Sete Lágrimas de um Preto Velho
De olhos molhados, esquisitas lágrimas desciam-lhes pelas fácies e, não sei o por quê contei-as... foram sete.
Na incontida vontade de saber, aproximei-me e o interroguei:
Fala, meu Preto Velho, diz ao seu filho o porquê externas assim uma tão visível dor?
E ele, suavemente respondeu:
-"Estais vendo esta multidão de pessoas que entra e sai? As lágrimas contadas são distribuídas a cada uma delas...
A primeira eu dei a estes indiferentes que aqui vem em busca de distração, para saírem ironizando aquilo que tuas mentes ofuscadas não conseguem conceber.
A segunda a estes eternos duvidosos que acreditam desacreditando, na expectativa de um milagre que os faça alcançar aquilo que teus próprios merecimentos negam.
A terceira distribui aos maus, aqueles que somente procuram a umbanda em busca de vingança desejando sempre prejudicar a um seu semelhante.
A quarta aos frios e calculistas que sabem que existem uma força espiritual e procuram beneficiar-se dela de qualquer forma e não conhecem a palavra
gratidão.
A quinta chega suave, tem o riso e elogio da flor dos lábios, mas se olharem bem no teu semblante verão escrito: creio na umbanda, nos teus caboclos e no teu Zambi, mas somente se vencerem o meu caso ou me curarem disto ou daquilo.
A sexta eu dei aos fúteis que vão de centro em centro, não acreditando em nada,
buscam aconchegos e conchavos e teus olhos revelam um interesse diferente.
A sétima, filho, notas como foi grande e como deslizou pesada, foi a última lágrima, aquela que vive nos olhos de todos os Orixás, fiz doação desta aos médiuns vaidosos que só aparecem no centro em dia de festa e faltam às doutrinas, esquecem que existem tantos irmãos precisando de caridade e tantas criancinhas precisando de amparo material e espiritual.
E assim filho meu, para estes todos é que viste minhas lágrimas caírem uma a uma
Pai Nosso UMBANDISTA
Santificado seja o vosso nome, pelos teus filhos, pela natureza, pelas águas, pela luz e pelo ar que resoiramos.
Que o teu reino, o teu reino do Bem, do Amor e da Fraternidade, nos una a todos e a tudo o que criaste em torno da sagrada cruz, aos pés do divino Salvador e
Redentor.
Que a tua vontade nos conduza sempre para o culto do Amor e da Caridade.
Dá-nos hoje, o pão do corpo, o fruto das matas e água das fontes para nosso sustento material e espiritual.
Perdoa, se merecemos, as nossas faltas e dá-nos o sublime sentimento do perdão para os que nos ofendam.
Não nos deixes sucumbir ante à luta, dissabores e ingratidões, tentações dos maus espíritos e ilusões pecaminosas da matéria.
Envia, Pai, um raio da tua divina complacência, luz e misericórdia para os teus filhos pecadores, que aqui labutam pelo Bem da Humanidade.
Assim Seja, Saravá Umbanda!
ORAÇÃO DE OGUM
para que meus inimigos tendo pés, não me alcancem,
tendo mãos, não me peguem,
tendo olhos não me vejam.
E nem em pensamentos eles possam me fazer mal.
Armas de fogo o meu corpo não alcançarão.
Facas e lanças se quebrem sem o meu corpo tocar.
Cordas e correntes se arrebentem sem meu corpo amarrar.
Jesus Cristo proteja-me e defenda-me com o poder de sua Santa Graça Divina.
Virgem de Nazaré cubra-me com o seu santo manto sagrado e divino.
Proteja-me em todas as minha dores e aflições.
E Deus com sua grande misericórdia e poder
seja meu defensor contra as maldades e perseguições de meus inimigos.
Glorioso São Jorge, em nome de Deus
estenda-me seu escudo e suas poderosas armas.
Defendenda-me com sua força e com grandeza
e que debaixo das patas de seu fiel ginete, meus inimigos fiquem humildes e submissos à vós.
Assim seja com o poder de Deus, de Jesus e da falange do Espírito Santo. Amém
Oração pra OXUM
Salve dourada senhora
Da pele de ouro!
Benditas são suas águas,
e essas mesmas águas lavam meu ser
e me livram do mal.
Oxum, Divina Rainha, bela orixá,
venha a mim,
caminhando na Lua Cheia.
Traga, mãe, em suas mãos,
os lírios do amor e da paz.
Torna-me doce, sedutora,
suave, como és.
Mamãe Oxum, me proteja, orixá.
Faça que o amor seja
constante em minha vida
Que eu possa amar a
tudo o que existe.
Me proteja contra as
mandingas e feitiçarias.
Dai a mim o néctar de sua doçura
e que eu consiga
(faça o seu pedido)
Mãe do ouro, da beleza e do amor,
Senhora do mais puro Axé,
valei-me hoje e sempre.
Aiê iê ô Oxum!
sexta-feira, 18 de junho de 2010
POR QUE AS PEDRAS?
'Por que choras, dona árvore?',
'Choro porque mais um dia vai começar, e o meu sofrimento também! O que me faz sofrer, são as pessoas, elas jogam pedras em mim o dia inteiro, não consigo entender, "seu" anjo. Eu me esforço tanto para produzir frutos deliciosos, e só levo cacetada. Por que será que elas não gostam de mim?',
'Você está enganada, dona árvore. As pessoas gostam demais de você, e dos seus frutos, por isso elas jogam pedras em você; é para pegar seus frutos, preste bem atenção: NINGUÉM JOGA PEDRA EM ÁRVORE QUE NÃO DÁ FRUTO!!!, se estão jogando pedra em você, é porque você está produzindo alguma coisa boa"
domingo, 30 de maio de 2010
PENSE NISSO...
SEU JOVEM NETO(GUERREIRO), SENTA-SE AO SEU LADO...
O VELHO INDIO, OBSERVANDO AQUELE JOVEM DIZ:
- DENTRO DE CADA SER HUMANO EXISTEM DOIS LOBOS QUE LUTAM ENTRE SI CONSTANTEMENTE... UM REPRESENTA O BEM E O OUTRO REPRESENTA O MAL...
O JOVEM OBSERVANDO A FOGUEIRA DIZ:
- SE ELES LUTAM, QUEM É QUE VENCE? O LOBO DO BEM OU O LOBO DO MAL?
O VELHO OLHA DENTRO DOS OLHOS DO NETO E DIZ:
- AQUELE QUE VC ALIMENTA.
UM SERMÃO SEM PALAVRAS...
Após algumas semanas, o líder daquele grupo decidiu visitá-lo. Era uma noite muito fria.
O líder encontrou o homem em casa sozinho, sentado diante da lareira, onde ardia um fogo brilhante e acolhedor. Adivinhando a razão da visita, o homem deu as boas-vindas ao líder, conduziu-o a uma grande cadeira perto da lareira e ficou quieto, esperando.
O líder acomodou-se confortavelmente no local indicado, mas não disse nada. No silêncio sério que se formara, apenas contemplava a dança das chamas em torno das tochas de lenha, que ardiam.
Ao cabo de alguns minutos, o líder examinou as brasas que se formaram e cuidadosamente selecionou uma delas, a mais incandescente de todas, empurrando-a para o lado. Voltou então a sentar-se, permanecendo silencioso e imóvel.
O anfitrião prestava atenção a tudo, fascinado e quieto. Aos poucos a chama da brasa solitária diminuía, até que houve um brilho momentâneo e seu fogo apagou-se de vez. Em pouco tempo o que antes era uma festa de calor e luz, agora não passava de um negro, frio e morto pedaço de carvão recoberto de uma espessa camada de fuligem acinzentada.
Nenhuma palavra tinha sido dita desde o protocolar cumprimento inicial entre os dois amigos. O líder, antes de se preparar para sair, manipulou novamente o carvão frio e inútil, colocando-o de volta no meio do fogo.
Quase que imediatamente ele tornou a incandescer, alimentado pela luz e calor dos carvões ardentes em torno dele. Quando o líder alcançou a porta para partir, seu anfitrião disse:
- Obrigado. Por sua visita e pelo belíssimo sermão. Estou voltando ao convívio do grupo.
PRECE DE CÁRITAS - Tenda Caboclo Pajelança
Deus nosso Pai, que tens o Poder e Bondade, dai a força àquele que passa pela provação, a luz àquele que procura a verdade; pondo no coração do homem a compaixão e a caridade!
Deus, Dai ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.
Pai, Dai ao culpado o arrependimento, ao espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai!
Senhor, que a Vossa Bondade se estenda sobre tudo o que criastes.
Piedade, Senhor, para aquele que não vos conhece e esperança para aqueles que sofrem. Que a Vossa Bondade permita hoje os espíritos consoladores derramarem por toda a parte, a paz, a esperança, a fé.
Deus! Um raio, uma faísca do Vosso Amor pode abrasar a Terra; deixai-nos beber nas fontes dessa bondade fecunda e infinita, e todas as lágrimas secarão, todas as dores se acalmarão.
E um só coração, um só pensamento subirá até Vós, como um grito de reconhecimento e amor, como Moisés sobre a montanha, nós o esperamos com os braços abertos, para Vós,
Oh Poder!, oh Bondade!, oh Beleza!, oh Perfeição!, e queremos de alguma sorte forçar a Vossa Misericórdia.
Dai-nos a caridade pura, dai-nos a fé e a razão; dai-nos a simplicidade que fará de nossas almas o espelho onde deve refletir a Vossa Imagem.
ORIXÁS DA UMBANDA
Calma filha, não é bem assim. Não escolhemos as cores que queremos. Cada cor representa um Orixá com o qual temos maior sintonia. O verde representa Oxóssi, o vermelho Ogum, o marrom Xangô, o amarelo Oxum, o laranja Iansã o azul Iemanjá e o branco Oxalá. Essas são as sete linhas da Umbanda praticadas no Terreiro[...].
O que é Orixá?
Orixá não é nem nunca foi uma pessoa, são vibrações da natureza. Os animais e as matas verdes de Oxossi, o ferro e o fogo de Ogum, as pedras de Xangô, as águas dos rios de Oxum, os ventos e tempestades de Iansã e os mares e oceanos de Iemanjá.
Mas e Oxalá? Ele não representa nenhuma vibração da
natureza?
Oxalá são todas as energias juntas. Existe uma experiência que podemos fazer juntos. Chama-se “disco de Newton”. Pegue um papel e faça um círculo dividido em seis partes, como se fosse uma pizza. Pinte cada uma das “fatias” com uma das seis cores, agora faça um furinho bem no meio e coloque um lápis para servir de eixo. Agora é só girar o disco. O que aconteceu?
As cores sumiram... ficou tudo branco!
Viu só? Oxalá é união de todas as vibrações.
Então Oxalá é mais importante do que os outros Orixás?
Não. Todos são igualmente importantes, suas diferenças estão apenas na natureza de sua vibração, mas sem uma dessas energias, nenhuma estará completa.
Mas porque que no Terreiro tem imagens de Santos? Se os Orixás são apenas vibrações, não é verdade que não precisaria de nenhuma imagem?
Sim, é verdade. Na Umbanda existe o “sincretismo religioso”.
Sincre o que?
Sincretismo religioso. O Sincretismo religioso começou com a chegada dos escravos ao Brasil. Os escravos já praticavam o culto aos Orixás lá na África, em seus países de origem. Quando vieram ao Brasil, quiseram continuar com seu culto, mas aqui a religião
dos senhores de engenho era o catolicismo e eles não permitiam que houvesse outro tipo de religião diferente da deles. Os escravos, muito espertos, escolheram um Santo católico para cada Orixá, assim quando eles estivessem rezando aos seus Orixás, os senhores de engenho viam apenas eles rezando aos Santos da Igreja Católica e assim conseguiram continuar cultuando os Orixás. Oxóssi é São Sebastião, São Jorge é Ogum, Xangô é São Jerônimo, Oxum é Nossa Senhora da Conceição, Iansã é Santa Bárbara, Nossa Senhora é Iemanjá e Oxalá é Jesus Cristo.
Entendi... Então cada imagem representa uma vibração, um Orixá. Mas eu vi que no altar tem outras imagens, de índios, de negros...
Na umbanda não chamamos de altar, chamamos de Congá. Essas outras imagens que estão no Congá, são de entidades que trabalham no terreiro. Entidades são espíritos de pessoas que viveram na terra. São espíritos de Índios, os Caboclos e Caboclas; de Pretos e Pretas-Velhas, que foram escravos e de crianças, os Erês. Esses três grupos representam o triângulo de base da Umbanda: a força dos Caboclos, a sabedoria dos Pretos-Velhos e a inocência das Crianças. Existem outras entidades, os Exus e as Pomba-Giras, os Marinheiros, os Boiadeiros, os Baianos, os Ciganos, a Linha do Oriente entre outras. Assim como nós, cada uma dessas entidades também está em evolução, trabalhando com caridade, para a paz e para o amor. Essa é a essência da Umbanda: paz, amor e caridade.
Me explica mais sobre as entidades...
sexta-feira, 28 de maio de 2010
DESCOBRINDO A UMBANDA
Uma segunda-feira eu estava me preparando para ir ao Terreiro, quando minha filha me pergunta aonde eu ia vestido todo de branco - Vou à gira, filha.
O que é isso papai? O que é gira?
Gira é um dos principais rituais da Umbanda, a gira é formada por três partes, a preparação, a abertura e o fechamento. É onde são realizados os trabalhos de cura, as consultas...
E o que é Umbanda? Eu vejo você sair assim toda segunda-feira e sempre quero perguntar, mas quando você chega já estou dormindo.
A Umbanda é uma religião cristã, assim como o Catolicismo, o Protestantismo, a Igreja Batista entre outras. Todos acreditamos que exista uma força superior que comanda todo o universo, cada religião chama essa força por um nome, nós da Umbanda chamamos essa força de Zambi.
Ãhn, e você já viu essa força?
Nós a vemos todos os dias, com o nascer do sol, com as flores, com o céu, com os animais e também a vemos a noite, com as estrelas, a lua; todos nós somos parte dessa energia e cada pessoa tem o direito de escolher a religião que melhor lhe representa, com qual mais se identifica, a qual mais gosta.
Mas qual eu vou saber a que eu mais gosto? Não tem uma mais certa do que a outra?
Não. Cada um de nós acredita naquela que quiser, não há como dizer qual delas é a mais certa que outra. Tudo é uma questão de fé. Fé é acreditar em algo sem ter provas de sua existência ou de sua verdade. É acreditar nessa força superior e fazer as coisas que a religião que você escolheu diz que são as melhores para nossa evolução.
Acho que tô entendendo. Fé é como quando eu vou perguntar alguma coisa prá você, sem eu saber que você sabe a resposta? É que eu acredito que você saiba...
É isso mesmo filha.
Tá, mas agora me explica o que é a Umbanda.
Tudo bem, mas vamos começar pelo início. A Umbanda que praticamos, nasceu no dia 16 de Novembro de 1908, no distrito de Neves, em São Gonçalo, no estado do Rio de Janeiro. Nessa casinha aí embaixo:
A pessoa escolhida pelos espíritos para ser o portavoz na divulgação dessa nova religião, foi Zélio Fernandino de Moraes, na época ele tinha apenas 17 anos. Portanto a Umbanda, é a única religião realmente brasileira. Pontualmente às 8 horas da noite, desse dia, o Caboclo das Sete Encruzilhadas incorporou no menino e usando as seguintes palavras iniciou a Umbanda:
"Aqui se inicia uma nova religião, onde os espíritos de pretos velhos africanos, que foram escravos e que desencarnaram, poderão trabalhar tranqüilos e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, religião ou posição social. A prática da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo". "- Assim como Maria acolhe em seus braços o filho, a tenda acolherá aos que a ela recorrerem nas horas de aflição, todas as entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com aqueles espíritos que têm mais a ensinar e ensinaremos àqueles que souberem menos. A nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai."
Ué... você disse antes... a Umbanda que praticamos.... Tem outro tipo de Umbanda?
Infelizmente vivemos num mundo aonde muitas pessoas, que se dizem de uma ou outra religião, se aproveitam da fé das pessoas para conseguir ganhar dinheiro ou outras coisas com isso. Outras usam o poder dos espíritos para tentar fazer mal a alguém. Tudo é uma questão de escolha: quando nós fazemos a coisa certa, o que ganhamos?
Coisas boas...
E quando fazemos a coisa errada?
Coisas ruins.
Muito bem! É isso mesmo. Tudo na vida é uma questão de escolha. A isso se dá o nome de livre arbítrio. E cada religião mostra ao seu devoto quais os melhores caminhos. Umbanda é aceitar a fé sem barreiras. Existem regras e rituais a serem seguidos, mas a fé é de cada um. É única e vem de dentro, sem ser aprendida ou ensinada. Umbanda é ter a liberdade de expressar sua fé, amor e caridade, baseada nas palavras de Jesus Cristo: “Amai-vos uns aos outros”. A forma de se praticar a Umbanda varia de região para região, mas é justamente esta variedade de ritos, baseados nas palavras do Criador, que fazem da Umbanda o que ela é. Não é impondo regras ou criando dificuldades e sofrimentos aos fiéis que se faz uma religião, através do medo ou da culpa, mas sim através da diversidade dos ritos que se chega à unidade do amor. Isso é a luz.
Você antes disse que o rapaz, Zélio não sei o que... Zélio Fernandino de Moraes. Esse mesmo. Ele foi escolhido pelos espíritos. Papai, o que acontece quando morremos? Por que morremos?
Bem filha, essa é uma pergunta a qual não existe uma resposta sabida por nós, viventes. Somente teremos essa resposta quando, de fato, morrermos; mas as experiências, as quais passo no Terreiro do Pai Maneco, me mostram que morrer é apenas mais um capítulo da nossa vida. Imagine nosso corpo como sendo uma máquina, assim como um carro.
Como um carro?
Sim filha, o carro não tem motor, rodas, canos, tubos e equipamentos que fazem ele se movimentar?
Sim...
Pois então, assim como o carro, todos nós também temos esses mesmos equipamentos, nosso coração, nossas veias e artérias, nossos membros, nosso cérebro. Todos eles funcionam em conjunto para podermos nos movimentar. Assim como no carro, se algum de seus componentes falha, todo ele pára, não é mesmo? Funcionamos da mesma forma, se um de nossos “componentes”, nossos órgãos, falha, todo o corpo é prejudicado. Não devemos enxergar nosso corpo como sendo a única forma de vivermos. Podemos viver de outras formas...
“Peraí”, não entendi nada agora, como viver de outra forma?
Deixa eu acabar de explicar. Podemos viver de outras maneiras que não conhecemos, apenas acreditamos. Existiu um homem, chamado Allan Kardec que viveu há mais de cem anos na França. Ele foi quem primeiro afirmou que nossa vida continua após a morte do corpo, mas isso já é sabido desde a antiguidade. Kardec escreveu no “Livro dos Espíritos” uma série de perguntas e respostas de suas conversas com espíritos desencarnados, ou seja, de pessoas que viveram em várias épocas, assim como eu e você. Nós não somos só o corpo, somos também coisas que não podemos tocar: a mente, a imaginação, os sentimentos, os sonhos etc... Todas essas coisas que não fazem parte da matéria (o corpo) fazem parte do nosso espírito, da nossa alma. Ela é quem somos. Você acha que o que você é está apenas presente no seu corpo? Você não é muito mais do que um conjunto de equipamentos que trabalham para que possamos desempenhar nossos papéis aqui na Terra? Nós somos nossos pensamentos, nossas vontades, nossos sentimentos. Tudo isso reunido é o nosso espírito e esse espírito é imortal, pois ele não se desgasta com o tempo, não precisa de combustível para funcionar e nunca acaba, nem estraga.
Mas como é que eles falam conosco se não são de carne e osso?
Aí é que entra a grande “descoberta” de Kardec: os espíritos se comunicam conosco sim, através de sonhos ou intuições e também através de pessoas chamadas “médiuns”. Não são pessoas especiais, pois a mediunidade está presente em todos nós, já que somos espíritos encarnados. Médiuns são pessoas que treinaram sua sensibilidade, para captar as vibrações dos espíritos. Existem vários tipos de mediunidade, tem aqueles que falam, que escrevem, que pintam e várias outras formas de apresentá-la. A Umbanda se utiliza desses conceitos para se comunicar com os espíritos, assim como os espíritas Kardecistas. Portanto, morrer é apenas mais uma etapa em nosso desenvolvimento, em nossa evolução. Quando morrermos e nos libertarmos de nosso corpo físico, teremos a capacidade de lembrarmos de todas as nossas encarnações, ou seja de todas as vezes que “vivemos”.
Mas por que temos que viver tantas vezes?
Para que em cada uma delas possamos aprender a sermos pessoas melhores. Vamos fazer uma comparação: na escola temos um monte de coisas para aprender e também temos as provas bimestrais as quais temos que fazer. Se estudarmos, fizermos nossa lição de casa, freqüentarmos a escola diariamente e estudarmos para tirar uma boa nota nas provas, não passamos de ano? Com nossas vidas é a mesma coisa. A cada vez que encarnamos, é como se estivéssemos passando de ano, da 1ª para a 2ª, da 2ª para a 3ª e assim por diante. Se as lições que aprendemos na escola não são estudadas e praticadas, tiramos notas ruins nas provas e podemos repetir de ano, da mesma forma em nossas vidas: se não fizermos as coisas certas, se não evoluirmos, voltamos e começamos de novo, para tentar “passar de ano” e assim da próxima vez que estivermos aqui, teremos outras coisas para aprender, outras dúvidas, outros erros e outros acertos também. A isso chamamos evolução.
UMBANDA PARA CRIANÇAS...
"As dúvidas de Beatriz"
Hoffmann.
Sequência do livro em próximas postagens por títulos em separado
sábado, 22 de maio de 2010
CONVERSAS DE SOMBRA...
"Vocês têm ligação com o Diabo? - rindo, Dona Sete Sombras diz:
- O mal está dentro de cada um que vive na sua terra. Cabe a vocês distingüi-los, trabalhando para combatê-lo. Não adianta você está dentro de uma igreja, centro ou qualquer templo, invocar o nome de Deus, e logo ao sair deste, agir com maldade para com seu semelhante. Muitos na terra seriam Exú, por viverem com o coração cheio de maldades.
Muitos, vêem nos pedir para fazer o mal, e eu te pergunto: Quem é o Diabo?
Acho que deve-se contar e a fé. A essência que purifica e perfuma o coração dando a vida.
Alguns vivem a nos massacrar apenas por que gostamos de beber e fumar, quando deveriam verificar nosso trabalho realizado. Tantos em outros credos não bebem, não fumam, mas enganam e enrolam os humildes e carentes na fé.
Eu tenho certeza que meu trabalho é muito bem feito e copiado por tantos, e vocês dificilmente irão ver um espírita criticar e atacar qualquer religião, porque eles aprendem a respeitar a liberdade de credo.
Antes de se atacar a religião por alguma coisa errada, deve-se procurar ver o caráter de quem a dirige. De falsos pastores a sua terra está cheia, tornando-se o grande inferno. Somos massacrados por imagens e nomes que são puras palavras.
Pensem:
Quantos na terra receberam de seus pais nomes de santo e agem unicamente a serviço do mal. A maldade existe não vindas conosco e sim com pessoas impuras e superficiais. Se um médium tem bom coração este jamais irá carregar um espírito sem luz a serviço do mal.
Alguns Dirigentes de credos diferentes, mas obviamente ligados a Deus, criticam achando-se os donos da verdade por lerem a palavra de Deus, criticam imagens criadas pela mão do homem se esquecendo que a Bíblia também é feita pela mão do homem e hoje já se encontra dividida por credos, acho que Deus deixou uma única escritura..
Será que eles mesmos agem por intermédio dela. Procure observá-los no dia à dia e não somente em dias de reuniões. Será que a palavra de Deus ensina seus filhos a impor ou ridicularizar, mesmo quando foi traído por Judas este sentiu piedade e amor. O perdoando.
Quem sabe estes são impulsionados com fanatismo e por esses espíritos sem luz que dizem vir dos Espíritas Umbandistas, ou do Candomblé.
Os que criticam geralmente passaram pelo espiritismo desejando algo que jamais mereceram. Hoje enganando vão acumulando seus seguidores vão emprestando bens para impressionar e chamar mais e mais fiéis.
Eu recebo em minha casa várias pessoas também revoltadas e enganadas em seus credos, mais de que adianta brigar quando um dia de tudo tem que se prestar conta.
Espíritas não atacam, são atacados.
Alguns em seus credos atacam julgando-se melhores. Jesus não atacou e foi castigado.
Quem é quem?
Os espíritas verdadeiros são serenos e evangelizados, não precisam defender-se, já que Deus é nosso juiz, auxiliado pelo nosso supremo advogado – O divino Mestre Jesus Cristo, no tribunal celestial.
Lembrem-se constantemente:
terça-feira, 18 de maio de 2010
Zumbi dos Palmares
Sabiam que se ficassem no engenho, seriam recapturados e triste seria o seu fim; então tomam uma resolução: buscar refúgio numa região conhecida como Palmares. Até então não se tinha notícia de que alguém já tivesse incursionado naquela região temerosa. Era uma imensa selva virgem que se iniciava na parte superior do rio São Francisco e ia terminar sobre o sertão do Cabo de Santo Agostinho. A região recebera esse nome devido à abundância de palmeiras.
A região era praticamente impenetrável, mas os rebeldes não tinham muita escolha. A destemida caravana andou muitos dias antes de penetrar na selva densa e obscura. Abriram caminhos entre árvores gigantescas, mato rasteiro e muitos espinhos. Uma dessas serras, muito íngreme e com a forma de uma barriga, permitia descortinar a região por todos os lados, numa distância de dezenas de quilômetros, constituindo por si própria uma fortaleza.
No topo desta serra, abriram clareiras e levantaram choças cobertas de palha. Chamaram as choças de mocambos - do quimbundo mukambu - termo que os portugueses usaram para designar genericamente as povoações nas matas de todo o Brasil pelos escravos rebeldes. Presume-se que nem todos tenham sobrevivido à longa e dificultosa marcha através das selvas palmarinas - reza a tradição que o grupo inicial de rebeldes fora de quarenta, mas qualquer que tenha sido o número, constituiu o núcleo pioneiro da futura República de Palmares, um Estado Negro que resistiu até o fim do século XVII às incessantes tentativas de destruição da coroa portuguesa. A serra se situa hoje no Estado de Alagoas, território que aqueles tempos integrava a grande Capitania de Pernambuco
Zumbi nasceu no começo do ano de 1655, num dos inúmeros mocambos palmarinos.
Alguns anos após sua fundação, o quilombo dos palmares foi invadido, muitos habitantes, inclusive crianças foram mortos ou feito prisioneiros. Entre estes estava um menino que foi levado pelos invasores e dado de presente ao padre português Antônio Melo, do distrito de Porto Calvo, povoação cujos limites marcavam a fronteira entre o povoamento luso brasileiro e a república negra. O padre batizou o pretinho e deu-lhe o nome de Francisco. Ensinou-lhe a ler e escrever, além de dar-lhe noções de latim. Tornou-se coroinha quando contava dez anos de idade. O padre não tratava o pretinho como escravo.
Certa manhã do ano de 1670, Francisco então com seus quinze anos, foge para a "companhia dos negros levantados de Palmares". Mais tarde, já chefe dos palmares, Zumbi por três vezes penetrou no distrito de Porto Calvo para visitar o padre. Por ocasião da segunda visita o padre ficou sabendo que o caudilho negro trocara o nome cristão Francisco pelo nome africano de Zumbi que conservou até o seu lastimável fim.
Dois anos após sua volta, aos 17 anos, a povoação ou mocambo, a que se acolhera, elegeu-o "maioral". Aos 18 anos, em 1673, quando derrotou a expedição de Antônio Jácome Bezerra, fora elevado a "cabo de guerra", provavelmente um "cabo maior". Aos 22 anos, em 1677, quando da expedição de Fernão Carrilho, torna-se comandante-geral das milícias palmarinas ("general das armas" ou "mestre de campo"), ao que parece, entretanto, na luta contra esta expedição o comando das operações foi exercido pessoalmente por seu tio Ganga-Zumba, então rei de Palmares. Ao mesmo tempo em que consolidava sua posição em Palmares, tratava Zumbi de minar a de Ganga-Zumba. As seguidas derrotas militares desencadearam profundo descontentamento na massa palmarina. Esse descontentamento se alastrou a numerosos maiorais e cabos-de-guerra dos mocambos. Atribuía-se a culpa à inépcia e à responsabilidade de Ganga-Zumba. Consta que teria comandado uma operação em estado de completa embriagues. Zumbi passa ser opositor declarado de Ganga-Zumba, e começa a conspirar para depô-lo pela força. A conspiração se espraiava e Ganga-Zumba sentiu que não poderia detê-la. Foi então quando iniciou conversações de paz com o governo colonial.
Zumbi passou à ação. A frente de tropas de seu mocambo marchou sobre os mocambos ainda fiéis a Ganga-Zumba. Em alguns houve luta fraticida, em outros a massa aderiu maciçamente. Os maiorais e cabos-de-guerra fiéis a Ganga-Zumba fugiram para Macaco com suas famílias. Zumbi marchou então sobre Macaco, à frente de tropa numerosa e aguerrida. Quando as tropas de Zumbi já escalavam a Serra da Barriga, Ganga-Zumba retirou-se as pressas para Cacaú, acompanhado de 300 a 400 pessoas.
Foi assim que com pouca resistência armada, Zumbi pode ocupar Macaco e assumir o poder na confederação palmarina. Um conselho composto de adeptos aclamou-o chefe e outorgou-lhe pleno poder. Ganga-Zumba acaba morrendo envenenado; seus homens de confiança foram massacrados.
Zumbi é líder absoluto nos Palmares. Diz a tradição que Zumbi era casado com uma mulher branca chamada Maria, mas não há como apurar a veracidade do fato. Esta mulher, reza a tradição, teria espontaneamente acompanhado Zumbi por ocasião de uma incursão realizada numa propriedade alagoana. Consta que teve pelo menos cinco filhos. Num combate contra a expedição de Manoel Lopes Galvão, recebeu um ferimento que o deixou coxo.
As autoridades coloniais viam nele o líder mais capaz e aguerrido da república negra. Zumbi dos Palmares, herói da liberdade, cuja luta pode ser comparada a de grandes generais como Napoleão e Alexandre. Só que Zumbi nunca combateu para conquistar territórios. Foi um guerreiro integral na defesa de seu povo e da sua cultura, e disparou uma flecha certeira contra o mundo escravista.
Negros alforriados e negros que fugiam iam para Palmares. Neste Palmares a povoação tinha todas as conveniências e comodidades para seu sustento por que os rios lhes ofereciam fartura em peixe, os matos caças, os troncos mel e as palmeiras ramos com que cobrem as casas, como também das mesmas folhas fazem panos para vestirem, além do sal, azeite e vinho, que a industria humana soube tirar daquelas abundantíssimas e fertilíssimas árvores.
Esta circunstância obrigou os expedicionários a acompanharem bastante longe as fortificações. Atarantados, os comandantes ficaram dois dias sem saber o que fazer. uma coluna de sessenta homens a mando do alferes João Montez tentou efetuar um reconhecimento, mas teve imediatamente de recuar com várias baixas entre mortos e feridos.
Num esforço desesperado para impedir o avanço dos expedicionários, os palmarinos por duas noites consecutivas deixaram suas fortificações e desfecharam violentos assaltos em que foram repelidos com numerosas baixas.
Varias frentes de ataque se lançam contra Palmares, que os recebia a balas e flechas. Quando por fim no dia 3 de fevereiro de 1694 chegaram a Serra da Barriga seis canhões conduzidos por duzentos homens.
Meio século havia que os palmarinos suportavam o flagelo quase ininterrupto de uma guerra apenas atenuada por breves intervalos de paz. A tática de que vinham usando para enfrentar esta guerra impunha periódicos e por vezes freqüentes deslocamentos da população não combatente, o abandono das casas, das lavouras, das oficinas. Tática que, em uma palavra, condenava a população a um estado de perene sobressalto. Teria mais dia menos dia de evoluir para uma definição.
As expedições vinham desenvolvendo a olhos vistos um tática crescente e eficaz que exprimia Palmares. Zumbi e sua gente haviam decidido aceitar um confronto cujo resultado seria ou a vitória ou a derrota completa.
Pelas duas horas da noite de 5 para 6, a coluna de negros iniciou silenciosamente a operação no estreito corredor à beira do despenhadeiro. Quase teve êxito, faltando passar apenas a retaguarda, na qual marchava o próprio Zumbi. Mas nisto uma sentinela de Vieira de Melo pressentiu a furtiva coluna e abriu fogo alertando o acampamento. Os sitiadores fizeram sucessivas descargas sobre os negros e depois acometeram à arma branca.
Seguiu-se um demorado e feroz combate à beira do abismo no escuro da noite. Os palmarinos encurralados entre o despenhadeiro e o inimigo, lutavam com a bravura do desespero. Supõe-se que uns quinhentos tenham rolado pelo despenhadeiro; outros tantos tombaram mortos no local. Os que haviam podido ganhar o mato tentavam em vão se reagrupar.
A resistência palmarina se desintegrou rapidamente. Os expedicionários degolavam e matavam sem misericórdia. Pelo anoitecer deste dia 6 tudo estava acabado em Macaco. Arrasada e incendiada, a cidadela negra ardeu a noite inteira. Apenas quinhentos e dez negros apareceram vivos como prisioneiros. Depois de Macaco foi a vez das outras povoações palmarinas. Não puderam oferecer maior resistência. Por toda parte se repetiu a matança. Em rigor só ficaram com vida as mulheres e as crianças. Mesmo o número destas se reduziu rapidamente, pois as mulheres se deixavam morrer de fome ou matavam os próprios filhos para não vê-los reduzidos à escravidão. Na madrugada do dia 7, correios partiram às pressas para o litoral levando a notícia da queda do baluarte negro.
Após se certificar de que Zumbi estava vivo, imediatamente o governador lhe pôs a cabeça a prêmio.
Nos primeiros dias de novembro, um mulato chamado Antônio Soares, um dos homens de confiança de Zumbi, foi capturado e entregue à André Furtado de Mendonça, que prontamente o submeteu a torturas para que revelasse o esconderijo de Zumbi. Inicialmente o mulato se recusou a falar, mas fraquejou quando o paulista lhe assegurou em nome do governador a liberdade e a vida se entregasse Zumbi.
O esconderijo se situava em ponto recôndito da mata, provavelmente na serra Dois Irmãos, lugar de desfiladeiros, penhascos abruptos e gargantas profundas por uma das quais se precipita o rio Paraíba. Zumbi mantinha sempre junto a si uma guarda de 20 homens, mas quando Soares chegou seguido à distância pelos paulistas, a guarda se achava reduzida a 6 homens.
O grupo se aproximou cautelosamente durante a noite e tomou posição, a espera do amanhecer.
Quando amanheceu. Antônio Soares saiu do mato para uma pequena clareira e aí gritou com toda força:
Zumbi! Zumbi! Zumbi!
Seguiu-se intensa expectativa entre os paulistas emboscados no mato à roda da clareira. Alguns instantes após os gritos de Soares, apareceu Zumbi à entrada do "sumidouro".
O drama foi rápido. Soares se encaminhou para o chefe, que o acolheu confiadamente. Então, bruscamente, Soares enterrou-lhe um punhal no estômago e deu o sinal aos paulistas. Acudido pelos companheiros e apesar de mortalmente ferido, Zumbi ainda lutou com bravura, mas não resistiu.
Deu-se isto no dia 20 de novembro de 1695.
Era necessário provar que Zumbi estava morto. Dezenas de comandantes de expedições haviam anunciado, ano após ano, ter dado morte a zumbi, a notícia logo desmentida pelo reaparecimento do chefe negro. Depois de morto o general negro fora castrado e o pênis enfiado na boca; havia-lhe arrancado um olho e decepado a mão direita. Por proposta de André furtado de Mendonça, deliberou a Câmara que se conduzisse para Recife apenas a cabeça do chefe negro. Levado o cadáver para o pátio da Câmara, aí, perante todos os oficiais, um escravo decepou a cabeça, lavrando-se "Auto de decapitação do negro Zumbi". Salgada com sal fino, a cabeça seguiu para Recife, onde o governador Melo e Castro mandou espetá-la em um chuço no lugar mais público da cidade. E aí permaneceu até se decompor totalmente, "para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente o julgavam imortal".